Deus chama e recompensa sem olhar para o tempo e para os resultados. Ele olha para a disponibilidade e a generosidade com a qual nos colocamos a seu serviço.
Cidade do Vaticano (21/09/202009:40, Gaudium Press) Neste 25º Domingo do Tempo comum, antes da oração mariana do Angelus, o Papa Francisco fez reflexões inspiradas no trecho do Evangelho de São Mateus (20.1-16).
Francisco tratou de duas atitudes de Deus explicadas por Nosso Senhor Jesus Cristo na parábola dos trabalhadores chamados a trabalhar pelo dono da vinha: o chamado e a recompensa.
O chamado: Deus chama todos e chama sempre, sem exceção
A propósito do chamado, o Pontífice recordou que na parábola o “dono da vinha sai cinco vezes até a praça e chama pessoas para trabalhar para ele: às seis, às nove, às doze, às três e às cinco da tarde. ”
Para Francisco é comovedor ver “a imagem deste proprietário que sai várias vezes à praça à procura de trabalhadores para a sua vinha”.
O Papa explicou que “aquele patrão representa Deus que chama todos e chama sempre. Deus age assim também hoje: continua a chamar qualquer um, a qualquer hora, para convidar a trabalhar no seu Reino. Este é o estilo de Deus, que por nossa vez somos chamados a acolher e imitar. Ele não está fechado em seu mundo, mas ‘sai’ continuamente em busca das pessoas, porque quer que ninguém seja excluído de seu projeto de amor” e por isso está sempre “procurando por nós”.
Na Igreja: chamar a todos para oferecer a palavra da salvação
Francisco afirmou que na Igreja, “as nossas comunidades também são chamadas a sair dos vários tipos de ‘fronteiras’ que possam existir, para oferecer a todos a palavra de salvação que Jesus veio trazer. Trata-se de abrir-se a horizontes de vida que ofereçam esperança a quem estaciona nas periferias existenciais e ainda não experimentou, ou perdeu, a força e a luz do encontro com Cristo”.
Para o Pontífice, “Deus sempre sai, porque é Pai, porque ama. A Igreja deve fazer o mesmo: sempre em saída”.
O dono da vinha e seu modo de recompensar representa Deus
O Pontífice interpreta que, na parábola evangélica, o dono da vinha representa Deus, quando mostra “o seu modo de recompensar os trabalhadores. Ele combina com os primeiros operários contratados pela manhã o pagamento de uma moeda. Àqueles que se juntam a seguir, ao invés, diz: ‘Eu vos pagarei o que for justo’. No final do dia, o patrão da vinha manda dar a todos a mesma recompensa, isto é, uma moeda”.
Francisco recorda que “Os que tinham trabalhado desde a manhã ficam indignados e resmungam contra o patrão, mas ele insiste: quer dar o máximo da recompensa a todos, inclusive àqueles que chegaram por último. E aqui se entende que Jesus não está falando do trabalho e do salário justo, mas do Reino de Deus e da bondade do Pai celestial”.
Para recompensar, Deus vai além da justiça, ele oferece a Graça que é mais do que merecemos
De fato, destacou o Papa Francisco, “Deus se comporta assim: não olha para o tempo e para os resultados, mas para a disponibilidade e a generosidade com a qual nos colocamos ao seu serviço. O agir de Deus é mais do que justo, no sentido que vai além da justiça e se manifesta na Graça. Doando-nos a Graça, Ele nos oferece mais do que nós merecemos”.
Esperar recompensa de Deus pelos próprios méritos nos leva a sermos os últimos…
“E, então, –conclui o Pontífice– quem raciocina com a lógica humana, quem espera nos méritos conquistados com a própria capacidade, de primeiro passa a ser o último. Por outro lado, quem se entrega com humildade à misericórdia do Pai, passa do último ao primeiro”. (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com Informações e Fotos Vatican News)
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