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Festa de São Miguel, São Gabriel e São Rafael

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29 de setembro: Festa de São Miguel, São Gabriel e São Rafael, os três arcanjos mencionados nas Sagradas Escrituras. São Miguel (“Quem como Deus?”) é o Príncipe da Milícia Celeste. São Gabriel (“Força de Deus”) é o anunciador das revelações divinas. São Rafael (“Deus cura”) é o guia.

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Redação (29/09/2023 08:00, Gaudium Press) No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou à luz dia, e às trevas noite” (Gn 1, 1-5).

Teólogos eminentes interpretaram essa passagem como uma alusão simbólica à criação dos Anjos e à sucessiva batalha capitaneada por São Miguel contra satanás.

Dotados de inteligência cristalina e superior, a eles foram mostradas as maravilhas do Céu e os mil reflexos que nele cintilavam das perfeições do Divino Artífice. A seguir, Deus lhes expôs seu plano a respeito do conjunto da criação, numa espécie de comunicação profética cheia de grandeza. Entre uma série quase infinda de seres corpóreos, o homem despontaria como autêntico rei, composto de matéria e espírito à maneira de síntese de todo o universo.

À diferença dos puros espíritos, a humanidade se prolongaria nos séculos mediante a geração de novos indivíduos, dando origem à História. Na plenitude dos tempos nasceria de uma Mulher a obra-mestra da Trindade, a “imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação” (Col 1, 15), Jesus, o Senhor. E, pelo fato de haver sido assumido pelo Verbo no próprio instante de sua concepção, todos os Anjos deveriam adorá-Lo (cf. Hb 1, 6). Ele teria por Mãe uma Virgem puríssima, excelência da natureza e da graça, que seria coroada Soberana do Céu e da terra! Esta sublime revelação foi o desafio lançado pela sabedoria divina para a definição dos espíritos celestes.

Os três Arcanjos

Sao rafaelÀ medida que o Senhor dos Exércitos Se comunicava, os Anjos iam contemplando, conforme sua luz primordial, determinados aspectos do esplêndido plano divino. Para cada um tal consideração constituía, ao mesmo tempo, motivo de enlevo e de perplexidade, assim como exigia um ato de adesão pessoal a certo modo de agir de Deus que tocava o mais íntimo da própria axiologia, pondo-a à prova.

São Rafael, espírito de retidão adamantina, possuía um especial entusiasmo pela justiça. A revelação da clemência do Pai para com os homens, da efusão de graças a eles distribuídas pelo Verbo, mesmo sem o merecerem, e da benevolência ilimitada do Espírito Santo, o deixaram estupefato.

Contudo, acatou a vontade superior que lhe parecia, à primeira vista, São Rafael tornou-se o Anjo da consolação, contraditória. Como prêmio, tornou-se o Anjo o médico infalível, da consolação, o médico infalível de qualquer o exorcista invencível gênero de enfermidade e o exorcista invencível contra os demônios impuros, prerrogativas que o levariam a zelar por seus custodiados com dedicação quase materna, como relatado no Livro de Tobias.

São Gabriel, espelho da força divina, surpreendeu-se com a fraqueza a que se veria sujeito o homem se pecasse. As consequências sobre sua natureza seriam trágicas: uma inteligência enfraquecida e uma vontade instável, tendente ao egoísmo e ao mal. Como brilharia, então, a majestade do Onipotente em meio a um exército de estropiados, fracos e pecadores?

Sao miguel 1Ante a crucial alternativa, o Anjo inclinou-se com despretensão, aceitando e amando o desígnio de Deus São Gabriel, embaixador do poder divino sem entendê-lo. Como recompensa foi-lhe concedido intervir em favor da Redenção do gênero humano enquanto embaixador do poder divino junto a Maria Santíssima! Maior mostra de força jamais houve, nem haverá.

São Miguel, príncipe da milícia celestial, dotado de eminente e peculiar perfeição, o mais semelhante ao Criador entre os puros espíritos, viu-se como que diminuído em sua primazia pelo Homem-Deus e pela Virgem Santíssima, sua Mãe. Possuindo uma natureza tão inferior à sua, ambos seriam em relação a ele como suseranos para com seu vassalo.

Enlevado com essa determinação do Senhor, submeteu-se ardorosamente a Jesus e a Maria, consagrando-se como escravo d’Eles, e proclamou a grandeza do Altíssimo, que em tudo age com sabedoria. Por isso, São Miguel “é o mais zeloso em homenagear Maria e fazer com que Lhe rendam toda sorte de homenagens, sempre atento para ter a honra de ser enviado por Ela em auxílio de qualquer dos seus servidores”.

Algo análogo se passou com cada um dos Anjos. Diante de certa aparência de absurdo, tiveram de definir-se: ou se submetiam na alegria de seu espírito ou se rebelavam com insolência.

Fulgurante guerra entre espíritos

batalha no ceuE nesse instante Deus separou a luz das trevas! Lúcifer e seus sequazes vociferaram com revolta: “Non serviam!” Recusaram-se a ser escravos do Todo-Poderoso e a servi-Lo em Maria, rejeitando assim a possibilidade de participar das graças que receberiam pela universal mediação d’Ela. A predestinação de Nossa Senhora constituiu-se em fator de luta: Ela refulgiu diante da multidão dos Anjos qual gládio divisor, distinguindo bem e mal sem deixar lugar a uma terceira posição.

Os Anjos fiéis responderam de imediato, ecoando o brado exorcístico e profético de São Miguel: “Quis ut Deus?”

Sua primeira atitude havia sido a submissão enlevada à vontade misteriosa e fascinante do Criador. Em seguida, o amor pela hierarquia e o anseio de se tornarem escravos de Jesus, em Maria, levou-os a rejeitar por completo a arrogância de satanás, o qual julgava um rebaixamento insuportável sujeitar-se à superioridade alheia. Por conseguinte, houve nos Céus uma grande batalha!

O duelo angélico, selado para sempre com o triunfo dos bons, deverá desenvolver-se ao longo dos séculos entre os homens, como Deus anunciou após o pecado de nossos primeiros pais, ao declarar à serpente: “Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a d’Ela” (Gn 3, 15).

São Miguel e seus Anjos venceram o primeiro combate contra Lúcifer, mas a guerra da História não se concluirá até que o último inimigo de Cristo seja posto sob seus pés (cf. I Cor 15, 25).

Mons João Scognamiglio Clá Dias, EP

Texto extraído, com adaptações, do livro Maria Santíssima! O Paraíso de Deus revelado aos homens. Parte III.

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