Seis meses após sua reabertura, a catedral de Paris volta a ser o epicentro da fé, da cultura e da emoção.
Redação (08/07/2025 09:44, Gaudium Press) Em 7 de dezembro de 2024, após cinco longos anos de restauração, as portas da Notre-Dame de Paris, um dos monumentos católicos mais emblemáticos do mundo, foram oficialmente reabertas. Desde então, a histórica catedral voltou a ser não apenas um ícone arquitetônico, mas também um poderoso recinto de fé e cultura, atraindo milhões de corações comovidos por sua história de dor e renascimento.
Em apenas seis meses — entre 16 de dezembro de 2024 e 30 de junho de 2025 — mais de 6 milhões de pessoas já passaram por suas portas.
De acordo com números publicados pelo La Tribune Dimanche — jornal dominical francês —, exatamente 6.015.000 visitantes percorreram seu interior, com um fluxo diário de aproximadamente 35.000 pessoas. As projeções são surpreendentes: se esse ritmo se mantiver, a frequência anual chegará a 12 milhões no final de 2025, o que tornaria a catedral de Notre-Dame o monumento mais visitado de toda a França e um dos mais visitados do mundo.
“Notre-Dame de Paris é hoje o monumento mais visitado da França”, afirmou Monsenhor Olivier Ribadeau Dumas, reitor da catedral. “A emoção que o incêndio despertou só é comparável à que a reabertura despertou”, acrescentou, destacando o profundo vínculo espiritual e simbólico que a catedral mantém com o povo francês e com o mundo inteiro.
Este possível recorde superaria amplamente a basílica do Sagrado Coração de Montmartre, com 9 milhões de visitantes em 2024, o Museu do Louvre, com 8,7 milhões, o Palácio de Versalhes, com 8,4 milhões, e a Torre Eiffel, com 6,3 milhões. Superaria até mesmo o fluxo anual de visitantes antes do incêndio, quando Notre-Dame recebia aproximadamente 11 milhões de pessoas por ano.
Mas, além dos números, o que realmente se destaca é o renascimento da alma deste lugar sagrado. A catedral voltou a ser o que sempre foi, um espaço de conversão, recolhimento e encontro com o transcendente. Milhares de peregrinos deixaram suas marcas lá, alguns em silêncio, outros em lágrimas, muitos com uma oração sussurrada no coração.
“Todos recebem algo durante o novo percurso, completamente redesenhado e concebido para evangelizar peregrinos e visitantes”, diz Mons. Ribadeau Dumas.
Testemunho
A reabertura foi uma experiência transformadora. As histórias comovem pela sua simplicidade e profundidade, como a que recolhe Aleteia: “Ao entrar, todos sabem que algo maravilhoso está prestes a acontecer, como o turista estrangeiro a quem um guarda perguntou se era católico e ele respondeu em inglês, com um sorriso: ‘Ainda não’. Isso diz tudo”.
Segundo o reitor, essa afluência crescente não é uma moda passageira. Pelo contrário, é o reflexo de uma sede de beleza, verdade e transcendência.
“A cada mês, a frequência aumenta em média 1.000 pessoas por dia”, explicou.
Este renascimento também foi possível graças a um esforço titânico de reconstrução financiado por doações provenientes de todo o mundo, que até agora totalizaram 846 milhões de euros. Apesar disso, ainda são necessários cerca de 140 milhões a mais para concluir a restauração completa deste tesouro espiritual e cultural.
Por esse motivo, foi lançada uma nova campanha de doações através do site oficial rebatirnotredamedeparis.fr.
Continuam as obras
As obras continuam avançando. Em junho de 2025, a famosa agulha de Viollet-le-Duc — flecha que coroava a catedral de Notre-Dame — foi reinstalada, junto com uma das 16 estátuas originais que a cercavam. Além disso, no próximo dia 20 de setembro, as visitas às torres serão oficialmente reabertas, abrindo um novo capítulo de reconstrução e graça.
Hoje, Notre-Dame de Paris pulsa com uma força renovada, não sendo mais apenas uma obra-prima da arte gótica, mas um lar espiritual e um símbolo vivo de uma nação que soube chorar com ela e que hoje celebra sua ressurreição.
Caminhar por suas naves, admirar seus vitrais, parar diante de seu altar é uma experiência transformadora. Um sinal de que, como o ouro que se purifica no fogo, a esperança pode ressurgir da dor com uma solidez e um esplendor que antes não tinha.
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