O Relatório Integrate Country Strategy – Vaticano, disponível no site da Secretaria de Estado dos EUA, está causando polêmica.
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Washington – Estados Unidos (12/02/2025 15:22, Gaudium Press) Aprovado em 22 de abril de 2022, o relatório Integrate Country Strategy – Vatican, publicado no site do Departamento de Estado (State.gov), está causando impacto.
Uma das características mais marcantes do documento é o fato de o governo dos EUA ter destinado um orçamento de 1,2 milhões de dólares à sua embaixada junto à Santa Sé para reforçar a sua presença no local, além de uma verba de cerca de 20.000 dólares para representação.
O documento deixa claro que o governo Biden estava interessado em fazer acordos com o Vaticano para promover sua agenda em questões como mudanças climáticas, tráfico de pessoas, defesa dos direitos humanos, a promoção da liberdade religiosa, mas também em questões internas da Igreja, como o apoio à inclusão de mulheres e minorias em cargos de liderança nas instituições do Vaticano. O relatório, que não é secreto mas sim público, refere que, apesar de as mulheres desempenharem um papel fundamental em áreas como a saúde, a educação e o trabalho humanitário dentro da Igreja Católica, historicamente tem-lhes sido negado o acesso a posições de autoridade na hierarquia da Igreja.
O documento sublinha ainda que o Papa Francisco tem promovido uma maior participação das mulheres no Vaticano e fez algumas nomeações significativas de mulheres na Cúria Romana. Ademais, tem havido um esforço para diversificar a liderança no Colégio dos Cardeais e em outros departamentos do Vaticano, com uma redução da predominância europeia em favor de representantes de outras regiões. No entanto, o relatório aponta também para um grande desafio: a rigidez do Vaticano em matéria de gênero.
Embora indique que houve progressos, o documento afirma que a estrutura eclesiástica continua a resistir a mudanças mais profundas na inclusão das mulheres nos níveis de tomada de decisão, o que poderia gerar tensões na cooperação com os Estados Unidos nesta área.
Política ambiental
O relatório ressalta a importância da colaboração com organizações religiosas para melhorar o acesso à saúde em comunidades vulneráveis, bem como para promover iniciativas ambientais em consonância com a encíclica do Papa Francisco “Laudato Si’”.
A este respeito, a embaixada expressou o seu compromisso de trabalhar com a Santa Sé na promoção de políticas e programas que promovam a proteção do meio ambiente e a luta contra as mudanças climáticas. O documento destaca que uma das prioridades dos EUA era aproveitar a influência do Vaticano e da sua vasta rede de organizações religiosas para promover a sustentabilidade, a conservação dos recursos naturais e a transição para energias limpas. Através da colaboração com a Santa Sé e as organizações católicas, o governo dos EUA procurou assegurar um maior compromisso do setor privado e dos governos de todo o mundo na atenuação do impacto ambiental.
Para apoiar estes esforços, a estratégia da embaixada incluía a alocação de recursos financeiros direcionados a projetos ambientais, incluindo programas de sustentabilidade e cooperação científica em tecnologias ecológicas. Embora o relatório não especifique valores específicos, ele se refere a fundos que foram alocados para iniciativas de impacto ecológico, como melhorar o acesso à água potável, ao saneamento e à higiene (WASH), bem como apoiar as comunidades afetadas pelas mudanças climáticas.
Assistência humanitária e crise migratória
Outro aspecto central da estratégia foi a coordenação na resolução de conflitos e na assistência humanitária. Os EUA procuraram reforçar o papel do Vaticano na mediação de crises internacionais, facilitando o acesso à ajuda humanitária e promovendo o respeito pelos direitos dos refugiados e dos migrantes.
Rússia e China
O relatório também destacou a necessidade de combater a desinformação sobre questões de política externa, com ênfase nos desafios decorrentes das ações da China e da Rússia.
Com informações InfoCatólica
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