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Imperador Carlos Magno

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Além das árduas batalhas contra os lombardos, Carlos Magno guerreou também contra os saxões, bárbaros idólatras que viviam no Norte da Alemanha e cometiam inúmeras perversidades.

Redação (21/03/2022 11:11, Gaudium Press) Comenta Dr. Plinio Corrêa de Oliveira:

       Os saxões eram “muito agressivos e continuamente invadiam as terras dos francos, de quem Carlos Magno era o rei, provocando-os com crimes e pilhagens nas fronteiras, pois queriam impor a religião pagã.

       “Então, Carlos Magno, numa cruzada em defesa da Religião Católica, invadiu as terras deles e derrotou-os. Passando um pouco dos limites, ele estabeleceu o princípio: ou crê ou morre; quem não é batizado deve ser morto. E, naturalmente, o número de batismos foi enorme.

       “Também a quantidade de execuções capitais foi muito grande. Correu água batismal e correu sangue às torrentes nessa ocasião, sendo ele até censurado pelo Papa, porque não se pode colocar ninguém diante da alternativa: ou crê ou morre.

       “Eu estou de acordo com o Papa e não com Carlos Magno. E não é numa atitude contestatária — longe de mim isto — que vou, entretanto, fazer a seguinte observação: é que muitos batizados forçados deram resultado certo; e depois eles e os seus filhos ficaram na Fé Católica e nela perseveraram até hoje, ou até pouco tempo atrás.

       “Quer dizer, talvez não tenha sido inteiramente lícito, ou não foi lícito e por isso não foi bom. Afirmar que não tenha sido útil já é uma outra questão. Produziu lá seus frutos…”

Acreditavam na divindade de um carvalho

       Os saxões “acreditavam estupidamente na divindade de um carvalho […] chamado Irmensul, o qual, diziam eles, deitava raízes até o centro da Terra.

       “Carlos Magno disse: ‘Vou mostrar a vocês o que é esse carvalho ‘divino’. Mandou arrasar a árvore: ‘Olhem o deus de vocês!’ Arrasado o carvalho, os germanos não tinham nada que fazer, estava liquidado o caso.”

       Witikind, aguerrido chefe dos saxões, se opôs ferrenhamente a Carlos Magno, mas este o derrotou e obteve de Deus a graça de sua conversão. No ano de 785, ele foi batizado com seus principais soldados, numa cerimônia solene, tendo sido Carlos Magno seu padrinho.

       Em 792, Pepino, o Corcunda, filho de Carlos Magno, foi envolvido por conspiradores, chefiados pelo Bispo de Verdun – Nordeste da França –, que pretendiam matar o Rei e colocar o Corcunda no trono, o qual seria apenas um instrumento nas mãos dos facínoras.

       Tendo malogrado a execução do crime, os culpados foram condenados à morte. Quanto a seu filho, Carlos Magno enviou-o para um mosteiro, onde permaneceu até o fim de sua vida. E o Bispo de Verdun foi exilado.

Atentado contra São Leão III

       Três anos depois, a Providência suscitou um varão combativo para ser papa: São Leão III. Por ter lutado firmemente contra os inimigos da Igreja, ele foi odiado pelos maus a tal ponto que, em 799, lançaram-no numa masmorra, furaram seus olhos e cortaram sua língua.

       Pedindo a intervenção de Deus, ele passou a noite inteira em oração e, de manhã, houve um estupendo milagre: ficou completamente curado.

       Logo depois o Pontífice viajou a Paderborn, Oeste da Alemanha, a fim de pedir ajuda a Carlos Magno. Ao chegar nas proximidades daquela cidade, o Rei foi ao seu encontro, ajoelhou-se e osculou seus pés.

        No palácio real, São Leão entregou a Carlos Magno as chaves do túmulo de São Pedro e um estandarte da cidade de Roma. Logo depois, acompanhados de suas comitivas, ambos partiram rumo a Cidade Eterna onde chegaram em novembro de 800.

       Alguns dias depois, Carlos Magno fez comparecer ao Tribunal os implicados no atentado contra São Leão, e condenou à morte os promotores da conspiração. Mas, atendendo ao pedido do Papa, eles foram exilados perpetuamente.

       São Leão III pediu aos bispos que comparecessem em Roma para uma solene comemoração do Nascimento do Redentor. De todas as partes acorreram à Cidade Eterna prelados, sacerdotes, bem como uma multidão de peregrinos.

       Em 23 de dezembro de 800, chegaram a Roma dois monges enviados pelo Patriarca de Jerusalém, que entregaram a Carlos Magno as chaves do Santo Sepulcro e da Cidade Santa. Pode-se afirmar que ele foi o primeiro dos Cruzados a conquistar Jerusalém.

Fundação do Sacro Império Romano

       Na noite de Natal de 800, Carlos se dirigiu à Basílica de São João de Latrão, Catedral dos Papas em Roma, ajoelhou-se diante do altar-mor e começou a rezar. Para sua enorme surpresa, o Pontífice aproximou-se e colocou sobre sua cabeça uma coroa de ouro. Todo o povo aclamou: “Viva Carlos Augusto! Vida e vitória ao grande e pacífico Imperador dos romanos!”

       São Leão III ungiu-o, sagrou-o como Imperador e, em seguida, teve início a Missa pontifical. Assim ficou fundado o Sacro Império Romano que durou mil anos.

       Terminado o Santo Sacrifício, Carlos Magno, colocando suas mãos entre as do Papa, declarou: “Em nome de Cristo, eu Carlos Imperador prometo e juro, diante de Deus e do Bem-aventurado Apóstolo Pedro, ser em todas as circunstâncias o protetor e defensor desta Santa Igreja Romana, tanto quanto eu souber e puder fazer com a ajuda de Deus.”

       Carlos Magno tinha 58 anos de idade.

        Nessa época, as peregrinações a Jerusalém eram compostas de muitas pessoas e se tornavam cada vez mais frequentes, mas a Terra Santa estava sob o domínio do califa de Bagdá, que admirava Carlos Magno. O Imperador conseguiu desse chefe muçulmano que os peregrinos fossem amparados pelos francos, os quais passaram, assim, a exercer uma espécie de protetorado sobre Jerusalém.

Por Paulo Francisco Martos

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