Quando soou o alerta dos mísseis em Haifa, o casal decidiu batizar a filha o mais rápido possível.
Redação (25/10/2023 15:45, Gaudium Press) A família de Hussam Abu Sini e Chiara Pezzulich mora em Haifa, a 40 quilômetros do Líbano. Hussam, um árabe-israelense nascido em Nazaré, estudou medicina na Itália, onde conheceu Chiara, e agora tem uma família abençoada com dois filhos pequenos. Na última quinta-feira, 19 de outubro, eles batizaram a segunda filha, Marta, de 4 meses.
“Somos católicos e, desde o início, sabíamos que queríamos batizar nossa filha, mas a guerra acelerou tudo”, disse Abu Sini a Marinella Bandini, da CNA. “Batizamos nosso primeiro filho, Giovanni, durante a pandemia”.
No dia em que soou o alerta de mísseis em Haifa, Hussam e Chiara decidiram batizar Marta o mais rápido possível. “Com o Giovanni já tínhamos entendido que o importante não era tanto a festa – certamente, a festa é linda – mas o Sacramento.”
“A única esperança está na Igreja”
Hussam e Chiara passavam alguns dias de suas férias em Abu Gosh, nas proximidades de Jerusalém, com familiares e amigos – palestinos e israelenses –, quando, na manhã de 7 de outubro, os terroristas do Hamas atacaram Israel. Desde então, eles têm recitado a oração do Angelus diariamente com os mesmos amigos e outros que se juntam a eles online da Itália. Esses cinco minutos por dia ajudam a reafirmar a fonte de sua esperança e paz.
“A única esperança está na Igreja. Por isso, queríamos que nossa filha fizesse parte [da Igreja] o mais rápido possível”, disse Abu Sini à CNA. “Na Igreja aprendemos – e cremos – que podemos estar na cruz, mas a vida não termina com a morte: Cristo venceu a morte! Nele colocamos a nossa certeza e confiamos a Ele a nossa filha”.
Assim, eles organizaram tudo para o batismo da menina na Igreja de São João Batista, uma paróquia da comunidade católica de língua hebraica em Haifa. A missa foi celebrada em hebraico, árabe e italiano. “Só na Igreja pode acontecer algo assim: ouvir estas línguas na mesma celebração, juntos, longe de todas as contradições que existem do lado de fora da porta”, disse Abu Sini.
“Com Cristo, a vida tem mais sentido”
“Decidimos que, se a situação piorar, minha esposa irá para a Itália com os filhos, mas eu ficarei aqui. Sou médico, quero ajudar aqui”. Quando Abu Sini sai para trabalhar, ele continua a pensar em sua esposa e filhos. Mas a fé o conforta: “Não posso deixar de pensar no que pode acontecer enquanto estou longe deles. Confio na presença de Cristo entre nós. Todo o drama da vida permanece, o medo, o coração batendo forte, mas com Cristo, a própria vida tem mais sentido, mesmo quando as coisas não andam bem.”
Com informações CNA
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