O governo de Israel aprovou os planos para a construção de uma cidade destinada exclusivamente a judeus israelenses ultraortodoxos.
Redação (02/07/2024 10:51, Gaudium Press) Conforme relatado pela mídia israelense, no último domingo, foi aprovado pelo governo a edificação de uma cidade, temporariamente denominada Tilah, nas proximidades da cidade beduína de Rahat, localizada aproximadamente a 12 quilômetros ao norte de Bersebá (Be’er Sheva – maior cidade no deserto de Neguev do sul de Israel), que oferecerá 15 mil apartamentos para acomodar cerca de 80 mil residentes numa extensão territorial de quatro quilômetros quadrados.
Os planos originais para uma cidade mista secular-religiosa foram rejeitados, atendendo apenas a necessidade de uma cidade destinada à comunidade ultraortodoxa em rápida expansão.
Segundo os dados de 2020, fornecidos pelo Gabinete Central de Estatística, 30% da população judaica ultraortodoxa de Israel reside na região sul do país. Conforme as previsões do Conselho Econômico Nacional, a proporção de judeus ultraortodoxos (Haredim – termo hebraico para judeus ultraortodoxos) em relação à população total deverá quase dobrar, atingindo 24% em 2050.
O Ministério das Finanças argumentou que a criação de uma nova cidade seria consideravelmente mais onerosa do que a expansão das áreas urbanas já existentes. Além disso, alertou para possíveis impactos no desemprego e na dificuldade de desenvolver infraestruturas urbanas adequadas. Por sua vez, os governantes da cidade de Bersebá expressaram preocupação sobre a possibilidade de as novas cidades atrair residentes com maior poder aquisitivo, enfraquecendo, assim, as cidades já estabelecidas. Grupos ambientalistas afirmaram que esse projeto causaria danos desnecessários às áreas naturais.
Apesar das objeções apresentadas, o governo optou por aprovar os planos para a cidade, deixando de lado outras alternativas, tais como a expansão dos bairros ocidentais de Kiryat Gat ou a cidade de Kasif, prevista para ser construída nas proximidades de Arad, no leste do Neguev.
A execução da construção de Kasif não seguiu adiante após ser aprovada principalmente devido ao desinteresse dos ultraortodoxos em viver numa localidade tão remota. O governo garantiu que Tilah é uma opção mais viável do que Kasif, uma vez que está situada próxima a centros populacionais como Bersebá, e, portanto, garantirá melhor acesso a transportes públicos e emprego.
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