Israel menciona equívocos na tradução da declaração original, e o embaixador israelense Schutz mantém uma postura cautelosa durante a entrevista ao jornal Libero Quotidiano.
Redação (17/02/2024 08:23, Gaudium Press) O Secretário de Estado do Vaticano afirmou, após uma reunião com autoridades italianas na terça-feira, que, embora o ataque do Hamas em 7 de outubro seja condenável e que Israel tenha o direito de se defender, quando se trata de 30.000 mortes resultantes das operações, essa defesa já não pode ser considerada proporcional. Ele também declarou que era preciso ver como parar com essa “carnificina”, palavra que soa forte vinda do ponderado Cardeal Parolin.
A Embaixada de Israel no Vaticano emitiu um comunicado, caracterizando a declaração do cardeal como “deplorável,” um termo que em italiano significa miserável, vergonhoso, digno de reprovação.
Agora, a embaixada israelense afirma que houve um erro de tradução, alegando que onde estava escrito “deplorável” deveria ser “lamentável”, já que o original em inglês dizia “It is a regrettable statement”.
Independentemente de considerações semânticas ou linguísticas, parece que Israel deseja evitar um confronto direto com o Vaticano sobre esta questão.
Essa impressão se confirma pela leitura da entrevista do Embaixador Schutz ao jornal Libero Quotidiano, na qual ele usa uma linguagem comedida e destaca aspectos positivos na relação com o Vaticano, como a insistência na libertação de reféns detidos pelo Hamas e as declarações contra o antissemitismo, enquanto afirma que existe uma “falta de empatia” com o que está acontecendo em Israel, desde 7 de outubro.
Em todo caso, as declarações do Cardeal Parolin, na terça-feira, desencadearam a sensação de que Israel ultrapassou um certo limite e, de certa forma, indicando que o apoio que o Estado Judeu tem recebido do Ocidente para suas operações em Gaza talvez esteja diminuindo. Esse apoio é crucial, especialmente considerando que o próprio embaixador afirmou ao Libero Quotidiano que a guerra não se limita ao Hamas, mas abrange pelo menos quatro frentes distintas: Gaza, Líbano, Iémen e Síria, todas elas sob a égide do Irã. “Todas essas frentes estão ativas e atacam Israel com fogo armado desde 7 de outubro. O que está acontecendo é uma guerra travada contra Israel e orquestrada pelo Irã”.
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