Os sacerdotes agora não podem administrar a Unção dos Enfermos nos hospitais.
Redação (11/11/2024 16:16, Gaudium Press) O regime de Ortega deu mais um passo na inegável perseguição que desencadeou contra a Igreja Católica e quer agora impedir um exercício que está no centro de sua missão salvífica e que é de benefício eterno para os cristãos: proibiu os sacerdotes de entrar nos hospitais para administrar o sacramento da Unção dos Enfermos.
Realidade eminentemente espiritual, a Unção dos Enfermos é um sacramento instituído por Cristo e administrado a pessoas com doenças graves ou idosos, que oferece uma “graça de consolo, paz e encorajamento para superar as dificuldades próprias do estado de doença grave ou da fragilidade da velhice. Essa graça é um dom do Espírito Santo que renova a confiança e a fé em Deus e fortalece contra as tentações do maligno, especialmente a tentação do desânimo e da angústia diante da morte (cf. Hb 2,15). Essa assistência do Senhor pelo poder de seu Espírito tem o objetivo de levar o doente à cura da alma, mas também à cura do corpo, se essa for a vontade de Deus (cf. Concílio de Florença: DS 1325). Além disso, “se ele cometeu pecados, eles serão perdoados” (Tg 5,15; cf. Concílio de Trento: DS 1717)” (CIC 1520).
Mas parece que a instrução dada pelo regime é impedir a entrada de qualquer sacerdote nos hospitais: “Os sacerdotes são afastados dos hospitais, onde são informados de que estão proibidos de entrar”, diz a pesquisadora Martha Patricia Molina, especializada na perseguição do regime à Igreja.
A perseguição abrange vários campos
Molina também destacou a vigilância constante dos sacerdotes pelas forças de segurança, que coletam informações pessoais sobre os clérigos, o que gerou um clima de intimidação e medo. “A polícia monitora constantemente os sacerdotes, fazendo-lhes perguntas e coletando informações pessoais detalhadas sobre eles”, ressaltou Molina. Essa situação levou muitos padres a deixar o país, procurando o exílio como a única opção para escapar das ameaças e da repressão.
Um caso recente é o de um sacerdote da diocese de Siuna que, depois de receber ameaças e ser intimado para comparecer perante as autoridades, decidiu deixar a Nicarágua. 67 clérigos foram para o exílio para escapar da perseguição do governo. Além disso, 255 religiosos foram forçados a deixar o país, incluindo 98 freiras e vários bispos e seminaristas. Acrescentam-se à essa lista 34 pessoas que foram impedidas de retornar à Nicarágua e pelo menos nove que foram expulsas.
O êxodo de líderes religiosos deixou muitos católicos na Nicarágua se sentindo desprotegidos e vulneráveis. Embora o governo de Ortega tente dar uma aparência de estabilidade, a repressão religiosa continua a aumentar. Como Molina alertou, “a opressão persiste” e a Igreja Católica se vê cada vez mais limitada em sua capacidade de servir à comunidade. Diante dessa situação, a comunidade internacional começou a expressar sua preocupação com as crescentes violações da liberdade religiosa na Nicarágua, apelando a uma maior atenção e ação contra esses abusos. A repressão afeta não apenas os clérigos, mas também os fiéis que são privados de um direito fundamental: o acesso ao cuidado espiritual em momentos de doença e morte.
Com informações Zenit/Infocatólica
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