O regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo voltou a empreender ataques contra a Igreja Católica da Nicarágua, detendo mais três sacerdotes.
Foto: Facebook
Redação (03/10/2023 14:45, Gaudium Press) Na noite de domingo, 1º de outubro, a ditadura de Daniel Ortega ordenou a prisão de dois sacerdotes católicos da diocese de Estelí, Pe. padre Julio Ricardo Norori e Pe. Iván Centeno, e um da diocese de Jinotega, Pe. Cristóbal Gadea. Os dois primeiros foram retirados de suas igrejas por civis armados e o terceiro, segundo testemunhas, foi levado por engano pela polícia e ficou preso.
Segundo uma paroquiana, ao terminar a missa, o Pe. Julio Norori saiu como sempre para se despedir dos seus paroquianos, quando um grupo da polícia de choque lhe pediu para entrar num veículo privado e lhe disse que estava preso, algemando o sacerdote como se fosse um criminoso.
Os motivos da prisão e onde estão não foram divulgados.
A pesquisadora e advogada nicaraguense Martha Patricia Molina também denunciou nesta última segunda-feira que “paramilitares e policiais iniciaram uma operação de intimidação e sequestro contra sacerdotes e paroquianos”.
“Há três padres sequestrados. Pelo menos 5 foram ‘visitados’, levados, ameaçados e devolvidos. Na diocese de León, também houve intimidação por parte da polícia”, afirmou.
Segundo Molina, os três sacerdotes presos foram “claros em suas homilias”, pois abordavam constantemente “os temas do Evangelho, sobretudo, as injustiças que são vividas diariamente”.
Recentemente, uma fonte ligada ao jornal DarioMedios Internacional, informou que a Cúria Episcopal de Jinotega é monitorada e sitiada por paramilitares e policiais em diferentes pontos. Nesta cúria reside o bispo da diocese de Jinotega, Dom Carlos Herrera, que também assumiu como administrador apostólico das dioceses de Estelí e Matagalpa após a detenção ilegal de Monsenhor Álvarez.
DarioMedios informa também que, em 30 de setembro, foi publicada uma reportagem pelo jornalista australiano Prue Lewarne, descrevendo o estado policial de Ortega que prende opositores, incluindo o bispo Dom Álvarez condenado a 26 anos.
Nesta publicação, um religioso da Igreja Católica que, por razões de segurança, evitou dar seu nome, afirmou:
“A primeira coisa que se pensa é: quando será minha vez, será que vou ser o próximo? Se souberem que um padre ou qualquer outra pessoa está dando uma entrevista a uma mídia estrangeira, onde denuncia as atrocidades do governo, essa pessoa é imediatamente detida, sem qualquer ordem judicial, simplesmente vão a sua casa, tiram-no de lá e metem-no na prisão”.
O ditador Daniel Ortega pretende silenciar todas as vozes críticas ao governo principalmente a Igreja Católica.
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