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O Sinal dos verdadeiros discípulos

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Ao longo de sua bimilenar História, a Igreja caminhou sempre sob o signo da perseguição. Entretanto, a cada investida das forças adversárias, ela brilha com maior esplendor.

Redação (30/11/2020 18:11, Gaudium Press) Conta-se que São Pio X, durante audiência aos membros de um dos colégios eclesiásticos romanos, perguntou aos jovens estudantes:

— Quais são as notas distintivas da verdadeira Igreja de Cristo?

— São quatro, Santo Padre: Una, Santa, Católica e Apostólica — respondeu um deles.

— Não há mais de quatro? — indagou o Papa.

— Ela é também Romana: Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana.

— Exatamente, mas não falta mencionar ainda uma característica das mais evidentes? – insistiu o Pontífice.

Após um instante de silêncio, ele próprio respondeu:

— Ela é também perseguida! Esse é o sinal de sermos verdadeiros discípulos de Jesus Cristo.

Ódio contra Cristo e sua Igreja

A Igreja é perseguida. De fato, sem essa nota não se entende bem a história da Esposa de Cristo, que já começa sob esse signo na mais tenra infância do seu Divino Fundador.

Que mal poderia fazer a Herodes aquele Menino, filho de carpinteiro, nascido numa gruta e deitado numa manjedoura? Nenhum. Mas na ímpia tentativa de tirar-Lhe a vida, o tetrarca não hesitou em mandar assassinar crianças inocentes.

Ao longo da vida pública de Jesus, o ódio contra Ele não fez senão crescer, e chegou ao paroxismo quando os fariseus tomaram a decisão de matá-Lo e obtiveram de Pilatos a iníqua sentença de condenação. De tal forma detestavam o Divino Mestre, que não toleravam sequer vê-Lo fazer o bem, ou ensinar a doutrina da Salvação.

Nessa mesma inimizade encontra-se a fonte das investidas sofridas pela Igreja após a subida de Nosso Senhor ao Céu. Assim, foi movido por ódio furibundo contra os cristãos que Nero deu início, no ano 64, à sangrenta perseguição que haveria de durar, com intermitências, até 313, quando o Imperador Constantino concedeu liberdade à Igreja, pelo Edito de Milão.

E ao longo dos séculos subsequentes, a Esposa de Cristo nunca deixou de enfrentar os mais variados ataques — por vezes cruentos — e incessantes oposições, ora abertas, ora solapadas. Mesmo em nossos dias, este ódio contra aqueles que praticam o bem não deixa de se manifestar em seus múltiplos aspectos.

Os maus não suportam os bons

 “Se o mundo vos aborrece, sabei que aborreceu primeiro a Mim. Lembrai-vos da palavra que Eu vos disse: ‘O servo não é maior que seu Senhor’. Se Me perseguiram a Mim, também a vós vos perseguirão” (Jo 15, 18.20).

Por estas palavras de Jesus, vemos serem a adversidade e a incompreensão inerentes à existência terrena do verdadeiro fiel, pela irreversível incompatibilidade entre a doutrina do mundo e a de Cristo. Pois, desde o tempo dos nossos primeiros pais, há entre a bendita posteridade de Maria Santíssima e a raça da serpente maldita o irreconciliável antagonismo descrito pelo Gênesis: “Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3, 15).

Os maus não suportam os bons, e para estes, o ódio daqueles indica eleição por parte de Deus, conforme se depreende destas palavras de São Jerônimo a Santo Agostinho: “Sois celebrado por todo o mundo. Os católicos veneram e reconhecem em vós o restaurador da antiga Fé, e — o que é sinal de glória ainda maior — todos os hereges vos detestam e perseguem com o mesmo ódio que a mim, anelando matar-nos com o desejo, já que não podem fazê-lo com as armas”.

Os períodos de perseguição nos convidam a depositar uma fé inquebrantável em Cristo e em Nossa Senhora, mas também a amá-Los de um modo todo especial.

“Em tempo de grandes prevaricações”, afirma o Cardeal Gomá, “até os bons se tornam tíbios. Contudo, em meio às defecções e tibiezas, perseverarão os fortes, os que guardarem a fé e os bons costumes cristãos. Estes se salvarão: “Quem perseverar até o fim, será salvo” (Mt 24, 13). Sendo constantes, obtereis a salvação”.

É na fidelidade dos justos diante das perseguições que reluz de modo especial a glória de Deus.

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n.107. novembro 2010.

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