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O triunfo de Maria Santíssima

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Tendo Maria Santíssima sido elevada de corpo e alma à glória celeste, gera com seu Divino Esposo, o Espírito Santo, filhos prediletos. Estes, por sua vez, enquanto estiverem neste vale lágrimas, hão de ter a mesma sorte de sua Mãe, isto é, serão perseguidos e travarão inúmeros combates contra o poder das trevas, mas, no fim, triunfarão junto a ela no mais alto dos céus.

Redação (15/08/2021 19:16, Gaudium Press) A Santa Igreja celebra hoje a Assunção de Nossa Senhora, episódio que, embora comemorado pelos fiéis desde tempos muito remotos, somente foi definido como dogma de fé no século passado. Em 1954, Pio XII assim se expressava: “Declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado, que a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, completado o curso da vida terrestre, foi assumida em corpo e alma na glória celeste”[1]

Perseguição, combate e triunfo!

A liturgia desta Solenidade sugere três elementos para reflexão: perseguição, combate e triunfo.

Na primeira leitura, extraída do misterioso e profético Livro do Apocalipse – o qual é e será aplicável à história da Salvação até o fim dos tempos – São João menciona que “apareceu no Céu um grande sinal, uma mulher vestida de Sol. […] E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro” (Ap 12, 1-5).

São consoantes muitos estudiosos das Sagradas Escrituras ao afirmar que essa Mulher simboliza não só Nossa Senhora, mas também a Igreja. Contudo, sem dúvida alguma, o “Filho Homem”, ao qual deu à luz, faz referência à Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, além de ser o fundador da Santa Igreja, seu Corpo Místico, é sobretudo sua cabeça.

E, sendo Maria Santíssima a Mãe da Igreja, é ela quem, de acordo com o que nos ensina o grande santo Mariano, São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” (cf. n. 32-34): unida ao Divino Espírito Santo, gera todos os eleitos que devem constituir o Corpo Místico de Cristo.

Ora, observa-se na primeira leitura que o dragão esteve diante da mulher, “pronto para devorar o seu filho logo que nascesse”, bem como para persegui-la, “e ela fugiu para o deserto, onde Deus lhe havia preparado um lugar” (Cf. Ap 12, 1-10). Já no protoevangelho, o autor sagrado faz alusão a essa luta renhida que os filhos da Virgem Santíssima haveriam de travar ao decorrer da história com a raça de Satanás: “Porei inimizades entre ti e a serpente, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3, 15). Isto é lógico, pois, se perseguiram a Mãe, os filhos terão a mesma sorte.

Os frutos mais valiosos

Entretanto, entre os filhos engendrados desse desponsório fecundo de Maria com o Espírito Santo, há alguns que são particularmente valiosos. São esses os homens e mulheres suscitados por Deus para dar remédio aos males de cada época histórica. Estes varões e damas têm por missão refletir e mostrar à humanidade de seu tempo a verdadeira fisionomia de Nosso Senhor Jesus Cristo, levando-O e fazendo-O presente a todos os povos. É o exemplo que nos deu Maria, ao levar o Autor da Salvação à sua prima Santa Isabel (cf. Lc 1, 39-56).

Dentre estes frutos tão preciosos, cabe destacar aqueles que deram origem às diversas famílias de alma existentes na Igreja. Eles, cada qual a seu modo, foram chamados a não só representar uma das facetas da Esposa Mística de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas também serem aqueles que deveriam sustentá-la, defendendo-a de todos os ataques do poder das trevas, a fim de preservá-la santa e imaculada. Tais foram São Bento, São Francisco de Assis, Santa Teresa de Jesus, Santo Inácio de Loyola, São Felipe Neri e tantos outros

Ao longo dos séculos, esses fundadores, filhos eleitos da Virgem Santíssima, são especial objeto de ódio do dragão infernal que, por meio de seus sequazes, quer “devorá-los” tão logo sejam dados à luz (cf. Ap 12, 4). A própria História atesta que, na raiz de todas as grandes perseguições sofridas pela Igreja, está esse ódio irredutível e satânico a estes homens providenciais, cujos carismas, vidas e exemplos, denunciam e combatem os males de sua época.

Encontramos inúmeros exemplos que ilustram isso ao decorrer da história. Um deles é a obra de Santo Inácio de Loyola, a Companhia de Jesus, a qual, pouco tempo após sua fundação, foi perseguida e caluniada de todos os modos, até mesmo, tempos depois, sendo fechada.

Porém, parafraseando as palavras de Gamaliel dirigidas ao Sinédrio a respeito dos Apóstolos: “não vos metais com estes homens. Deixai-os! Se o seu projeto ou a sua obra provém de homens, por si mesma se destruirá” (At. 5, 38), pode-se afirmar que se a obra provém de Deus, se seu carisma é realmente inspirado pelo Espírito Santo, Ele mesmo há de cuidar dela e sustentá-la!

Foi exatamente o que se verificou com a obra de Santo Inácio. Após o fechamento da companhia, os jesuítas que se mantiveram fiéis ao fundador tiveram o gáudio de, em poucos anos, ver sua ordem novamente militando a favor da Igreja.

O triunfo da Santa Igreja

Em nossos dias, neste combate entre o Bem e o mal, uma vez mais Deus mostrará a força de seu braço, dispersando e derrubando do trono os soberbos, e elevando os humildes (cf. Lc 1, 51-52), filhos e devotos da Santíssima Virgem.

Na presente fase histórica, palco de uma crise religiosa sem precedentes, a consideração da Assunção de Maria nos conclama a ter uma confiança inquebrantável no triunfo da Santa Igreja, mesmo quando ela esteja refugiada no deserto (cf. Ap 12, 6) ou dormindo o sono de uma aparente morte.

Porque, como Nossa Senhora, após a sua “Dormição”, a Igreja ressurgirá e será exaltada acima dos coros angélicos, sendo postos debaixo de seus pés todos os seus inimigos, como diz São Paulo na segunda leitura: “Será o fim quando Ele entregar a realeza a Deus Pai, depois de destruir todo principado, poder e força. Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés (Cf. 1Cor 15, 25-27).

Por Guilherme Maia


[1] PIO XII. Constituição apostólica Munificentissimus Deus, 1 nov. 1954. (DH 3903). In: DENZINGER, Heinrich; HÜNERMANN, Peter (ed.). Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. Trad. José Marino Luz; Johan Konings. São Paulo: Paulinas; Loyola,

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