O ataque contra o sapateiro Masih e sua família ocorreu devido a uma acusação falsa de blasfêmia. Masih encontra-se na unidade de terapia intensiva.
Redação (29/05/2024 19:23, Gaudium Press) No último sábado, dia 25, uma família cristã sofreu um ataque por parte de um grupo de muçulmanos quando o sapateiro Nazir Gill Masih foi brutalmente espancado após a falsa acusação de ter queimado páginas do Corão. Gill Masih é proprietário de uma loja de sapatos na cidade de Sargodha, localizada na província de Punjab.
No sábado de manhã, por volta das 7h, centenas de muçulmanos cercaram a fábrica de Masih, que também é sua residência. Embora alguns de seus parentes tenham conseguido escapar, o sapateiro foi espancado, e os agressores só pararam com a chegada da polícia. Ele atualmente se encontra na UTI.
O arcebispo de Islamabad e presidente da conferência episcopal do Paquistão, Dom Joseph Arshad, visitou o local no sábado e disse estar extremamente chocado e triste com esse ato “desumano”.
“Fui imediatamente a Sargodha, porque é na minha diocese, e tive de estar com o meu povo, encorajar o meu povo e os meus sacerdotes, e falar com a administração para ver se estão conduzindo uma investigação justa dos incidentes”, disse. Ele também pediu às autoridades que desenvolvam políticas que realmente preservem a segurança dos cristãos.
Embora a situação “esteja sob controle”, o prelado assegurou que “a população cristã ainda tem medo”. “A maioria foi morar com outros parentes. A Cáritas estará ao lado deles se precisarem de algum apoio”, ressaltou.
A situação dos cristãos não é fácil em um país onde representam apenas 1,3% da população e encontram frequentemente instrumentos de perseguição na legislação. No Paquistão, falsas acusações de blasfêmia são comuns, muitas vezes utilizadas para alimentar rixas pessoais.
Condenações pelo crime de blasfêmia podem levar à pena de morte ou prisão perpétua, realidade que se tornou conhecida em escala global com a triste história de Asia Bibi.
O ataque de sábado lembra os distúrbios ocorridos em agosto de 2023, em Jaranwala, também no leste do Paquistão, quando houve ataques em larga escala a igrejas e residências cristãs, após acusações de suposta profanação do Alcorão por parte de um cristão.
Com informações Aciprensa
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