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Sábado Santo: a fé triunfal de Maria

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No Sábado Santo, enquanto o corpo de Nosso Senhor repousava no sepulcro, operavam-se na alma de Maria maravilhas de confiança e de fé. No Coração de Maria, a Igreja vivia em todo o seu esplendor.

Redação (03/04/2021 15:35, Gaudium Press) Depositado o Corpo de Jesus no sepulcro, Nossa Senhora dirigiu-Se para casa em companhia do Discípulo Amado.

Com a volta ao recolhimento, os terríveis sofrimentos do dia abateram-se novamente sobre Ela, fazendo-Lhe sentir o peso de uma grande solidão.

Para Maria a terra parecia estar vazia, pois faltava Aquele que enche o universo com sua presença. Mas Ela aguardava confiante a Ressurreição, convicta de que esta se daria em breve tão só porque Jesus assim Lhe havia revelado.

A profunda dor em nada abalara sua fé!

A figura do Messias glorificado

Chegada a noite daquele sábado, uma luz começou a raiar no espírito de Maria, ainda ofuscado pela provação. Para tornar mais meritório seu martírio, Deus queria que Ela vencesse em sua alma ainda um último combate.

Assim como a Encarnação do Verbo havia se dado no momento em que Nossa Senhora completou em sua mente a imagem do Messias sofredor e redentor, a Ressurreição se efetuaria quando Ela consumasse em seu Coração a figura do Messias glorificado e exaltado.

E a mesma chama da fé que tinha sustentado a semente da Igreja naquele dia, finalmente se cristalizaria na certeza da Ressurreição.

Ela pensou, rezou e meditou em todas as glórias que seu Filho deveria receber pelo cumprimento de sua missão entre os homens e, ao terminar essa prece diante de Deus, operou-se a união da Alma santíssima de Jesus com o puríssimo Corpo que repousava no Santo Sepulcro.

Eram três horas da manhã do domingo.

A primeira visita de Jesus após a ressurreição

A luz emanada do sagrado Corpo de Jesus durante a Ressurreição foi tão intensa que empalideceria a própria luz do sol!

Em poucos instantes Ele Se encontrava de pé no interior do sepulcro, após atravessar o bendito sudário que O envolvera, o qual, além de preciosa relíquia da Paixão, tornou-se uma evidência da Ressurreição.

Não há palavras no vocabulário humano para descrever a glória daquela cena, cercada por uma feeria de luzes e de cânticos angélicos!

Uma imensa alegria pervadiu o espírito de Nossa Senhora pois, antes mesmo de Lhe aparecer, Jesus A visitou em seu Coração.

Poder-se-ia dizer que, se Ela morrera misticamente com seu Divino Filho aos pés da Cruz, com Ele também “ressuscitou” na madrugada da Páscoa.

Sendo Maria o Paraíso de Deus – e, portanto, do Verbo Encarnado –, desejava Ele iniciar em seu interior um novo regime de graças para o mundo, que teria como ponto de partida a vitória retumbante do bem, o maior golpe recebido pelo demônio em toda a História, a Ressurreição!

Convívio repleto de benquerença e ternura

Pouco depois uma forte luz iluminou a escuridão do quarto de Nossa Senhora, e uma divina presença afugentou por fim, junto com as trevas da noite, a provação da alma de Maria: era seu adorável Jesus que vinha encontrá-La antes de qualquer outra pessoa!

Com exceção de alguns Anjos que permaneceram de guarda no Santo Sepulcro, acompanhavam-No todos os coros dos espíritos celestiais, os quais cantavam ao redor d’Ele músicas inefáveis, nunca ouvidas pela Santíssima Virgem.

Das chagas de Jesus saíam fachos de claríssima luz e seu Corpo resplandecia como o sol, irradiando intensamente sua divindade. A emoção, o júbilo e o enlevo abrasaram o Coração de Maria. Se este suportara os piores padecimentos que uma mãe poderia conceber, naquele momento a consolação superou a dor de todos os gládios que haviam transpassado sua alma.

Não imaginemos, contudo, um convívio meramente formal entre os dois… Aquela hora única na História esteve repassada de benquerença e ternura, pois Nosso Senhor desejava com sofreguidão consolar sua Mãe por tudo quanto Ela sofrera.

Logo A cobriu de afagos, abraçando-A e beijando-A muito afetuosamente. Maria, por sua vez, tomou as mãos de Jesus e quis oscular as santas chagas, para ali venerar a Redenção dos homens.

Gloriosa testemunha da Ressurreição

Reposta dessa impressão inicial, pôde Ela escutar as primeiras palavras de seu Filho:

 — Minha Mãe, alegrai-Vos!

— Meu Filho! Meu Divino Filho! – respondeu Ela enquanto O abraçava.

Nossa Senhora também ansiava por manifestar as torrentes de seu carinho a Jesus. Como não Lhe fora possível, por expressa vontade divina, consolá-Lo quanto desejaria durante a Paixão, sua alma estava ainda transpassada de comiseração pelos sofrimentos d’Ele.

O ambiente foi tomado por uma bênção inigualável, que superava inclusive a da noite de Natal!

Aquele abraço físico consistiu num longo cruzar de afeto, o qual resultou para Maria em um arrebatamento ao seio da Santíssima Trindade. Excedendo em muito um êxtase comum, esse fenômeno elevou a um grau inimaginável sua união com Deus.

A seguir os dois tiveram uma demorada conversa, na qual Nosso Senhor explicou à sua Mãe muitos aspectos que ainda não Lhe havia revelado sobre o significado dos diferentes passos da Paixão e sua relação com o futuro da Santa Igreja. Esse abençoado convívio durou cerca de três horas, concluindo com o romper da aurora.

Nascia o primeiro dies Domini da História, em que Jesus daria início à sequência das aparições recolhidas pelos Evangelistas. Maria fora escolhida, antes de todos, como gloriosa testemunha da Ressurreição.

Extraído, com adaptações, de: Maria Santíssima! O Paraíso de Deus revelado aos homens. Por Mons. Scognamiglio Clá Dias, EP.

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