Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face (Teresa Martin) nasceu em Alençon, na França, em 1873 e morreu em 1897; deu à sua breve existência o cunho inigualável do sorriso, expressão daquela alegria ultraterrena, que segundo as suas palavras “não está nos objetos que nos circundam, mas reside no íntimo mais profundo da alma”. Inclinada por temperamento à calma e à tristeza, Teresa, com lindos cabelos loiros, olhos azuis, traços delicados, alta, extraordina-riamente bela, quando escrevia no seu diário: “Oh! sim, tudo me sorrirá aqui na terra”, era uma época em que estava experimentando injustiças e incompreensões. Já atingida pela tuberculose pulmonar, debilitada nas forças, não rejeitava trabalho algum e continuava “a jogar a Jesus flores de pequenos sacrifícios”.
Qualquer que tenha lido as páginas estupendas dos seus cadernos onde ia traçando, por obediência, as suas experiências interiores, publicadas depois sob o título de História de uma alma, bem sabe que esses sacrifícios não eram pequenos. Teresa deu à sua vida de ascese o título de Infância espiritual não por natural tendência de pôr tudo no diminutivo, mas por escolha muito precisa conforme o convite do Evangelho de “ser pequeno como criança”. Ela escreve: “Eu havia me oferecido a Jesus Menino como brinquedo, e lhe havia dito que não se servisse de mim como uma coisa de luxo, que as crianças se contentam com guardar, mas como uma pequena bola sem valor, que ele pudesse jogar no chão, empurrar com os pés, deixar em um canto, ou também apertar contra o coração, quando isso lhe agradasse. Numa palavra, queria divertir o Menino Jesus e abandonar-me aos seus caprichos infantis”.
A vida da infância espiritual é também a expressão da sua profunda humildade. Os nove anos que passou no Carmelo de Lisieux (aí entrou aos quinze anos, após ter ido a Roma pedir autorização ao papa), viveu-os tão intensamente a ponto de oferecer ao mundo católico a surpreendente imagem de santa, aparentemente estranha ao mundo em que viveu, sem relações espirituais com o mundo moderno. No entanto, estava tão imersa na realidade da vida eclesial a ponto de ser declarada em 1927, dois anos após sua elevação às honras dos altares, padroeira principal das missões, e ser invocada desde 1944 como padroeira secundária da França, ao lado da guerreira Joana D’Arc.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
FONTE: PAULUS