No dia 3 de outubro, celebra-se a memória de Santo André de Soveral, Santo Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes, e 28 companheiros, protomártires do Brasil, que foram massacrados pelos calvinistas e índios, junto com quase duas centenas de pessoas. Apenas 30 delas puderam ser identificadas.
Redação (03/10/2024 09:43, Gaudium Press) Os holandeses invadiram o Nordeste do Brasil e dominaram a região desde o Ceará até Sergipe, de 1630 a 1654.
Eram protestantes calvinistas e vieram com seus pastores para doutrinar os índios. Isso gerou uma situação difícil para os católicos da região, porque foi proibida a celebração da Santa Missa.
Em Cunhaú (RN), um pastor protestante prometeu poupar a vida de todos, caso negassem a fé católica, o que a população não aceitou.
Primeiro grupo de mártires
Então, no domingo, 16 de julho de 1645, festa de Nossa Senhora do Carmo, na capela da Vila de Cunhaú, concentravam-se aproximadamente setenta pessoas para participar da Santa Missa. Padre André de Soveral, com seus noventa anos de idade, iniciou a Santa Missa.
Os soldados holandeses com uma tropa de índios canibais, armados de baionetas, e comandados por Jacob Rabbi, um alemão a serviço da Companhia das Índias Ocidentais Holandesas, invadiram a capela, em grande algazarra, trancaram as portas e, logo após a consagração do pão e do vinho, começaram a massacrar os fiéis, impossibilitados de fugir.
O sacerdote foi morto a golpes de sabre, e não respeitando sua condição de clérigo, fizeram-no em pedaços. Terminado o massacre, os algozes se retiraram, deixando os cadáveres estendidos no chão da capela.
Um relato da época diz que os índios canibais devoraram as carnes das vítimas.
Segundo grupo de mártires
Quase três meses depois, no dia 3 de outubro, aconteceu outro martírio, durante o qual 80 pessoas foram mortas por holandeses. Ao tomarem conhecimento do ocorrido em Cunhaú, alguns católicos buscaram refúgio na Fortaleza dos Reis Magos. E, às margens do Rio Grande (Rio Uruaçú), construíram um abrigo fortificado e tomaram o nome de Comunidade Potengi.
Essa comunidade foi atacada por índios armados, também comandados por Jacob Rabbi e um famoso chefe indígena e acompanhados por soldados holandeses.
De acordo com os relatos históricos, os invasores holandeses ofereceram aos fiéis católicos a opção de conversão ao calvinismo, mas eles escolheram o martírio. Assim, todos os habitantes da fortaleza foram mortos, inclusive Pe. Ambrósio Francisco Ferro e muitas pessoas de Natal.
Louvado seja o Santíssimo Sacramento, proclamou um mártir antes de morrer
Relatam os cronistas que a uns cortaram os braços e as pernas, a outros degolaram, a outros arrancaram as orelhas ou arrancaram a língua antes de os matarem.
Alguns cadáveres foram esquartejados: de Mateus Moreira arrancaram o coração pelas costas que, antes de morrer, ainda pôde gritar em alta voz: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”.
Os Santos Padre Ambrósio Francisco Ferro, Padre André de Soveral, o leigo Mateus Moreira e seus 27 companheiros – os Protomártires do Brasil – foram beatificados na Praça de São Pedro, no Vaticano, no dia 5 de março de 2000, em celebração presidida pelo então Papa João Paulo II.
Nesses dois episódios, dezenas de pessoas perderam a vida, porém, apenas 30 foram canonizadas, sendo 28 leigos e dois sacerdotes. Isso se deve ao fato de que, diante da brutalidade com que foram assassinados, muitos não puderam ser identificados.
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