BEATA NHÁ CHICA
Ela é a primeira Santa nascida no Brasil (para a Santa Sé), a primeira Santa negra brasileira, logo uma referência importante para a população negra, sobretudo para quem professa o catolicismo.
Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica, nasceu em 1808, na fazenda Porteira dos Vilellas, na região de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, no município de São João del Rei (MG), e faleceu em 14 de junho de 1895, em Baependi (MG). Pressupõe-se que tenha nascido escrava, já que era filha de uma: Izabel Maria, filha de Nhá Rosa, que veio de Benguela, em Angola, pois quando a Lei do Ventre Livre – que considerava livre a prole de mulher escrava nascida a partir da data da lei – foi promulgada, em 28 de setembro de 1871, Nhá Chica estava com mais de 61 anos! Ela morreu sete anos após a Lei Áurea (13 de maio de 1888).
VENERÁVEL TERESA CHIKABA
Serva de Deus Teresa Juliana Chikaba (1676-1748), religiosa dominicana. Princesa africana, nasceu na Costa do Ouro, atual Guiné. Quando criança teve uma visão de Nossa Senhora com o Menino Jesus. Escravizada aos dez anos, foi entregue ao Marquês de Mancera, e logo se tornou a mais querida serva de sua esposa. Piedosa, tenta aos 24 anos entrar num convento, mas é rejeitada por vários, até ser aceita pelas dominicanas de Salamanca – apenas para trabalhar, a princípio. Mas, dando mostras de santidade, foi-lhe concedido o véu, ocasião pela qual viu o próprio São Domingos receber seus votos. Letrada, mística e penitente, é considerada a primeira escritora afro-hispânica.
Caído em esquecimento no Brasil, o culto a São Baltazar mantém-se vivo na América de origem espanhola, sendo ele lembrado como o Santito Negro ou Santo Cambá. No Brasil, era importante no Rio de Janeiro, com sua imagem sempre presente na Igreja de Nossa Senhora da Lampadosa.
SÃO CARLOS LWANGA
Carlos Lwanga era chefe dos pajens, que serviam na corte do rei Muanga da Uganda.
Acontece que a entrada da evangelização na África, sofreu muito pelas invasões dos homens brancos, por isso os missionários tinham que ser homens verdadeiramente de Deus, ou seja, de caridade, pois facilmente eram confundidos como colonizadores. Depois da entrada dos padres que fizeram um lindo trabalho de evangelização que atingiu Carlos Lwanga e outros, o rei se revoltou e decretou pena de morte para os que rezassem.
São Carlos, depois de muito se preparar junto com seus companheiros, apresentou-se diante do rei com o firme propósito de não negar a fé, por isso foi queimado vivo diante de todos. Seguindo o irmão na fé, nenhum deles renegou, até que em 1887 o último deles morreu afogado, como parte dos corajosos mártires de Uganda, na África.
BEATO ISIDORO BAKANJA
O Beato Isidoro Bakanja (Bokendela (Congo), entre 1880/1890 – 15 de Agosto de 1909) foi um católico leigo mártir africano.
Conhecido como Mártir do Escapulário, pertencia à tribo dos Boangi. Ainda menino foi obrigado a trabalhar como pedreiro ou nos campos. Converteu-se ao cristianismo em 1906. Em seguida recebeu o escapulário e assim começou a fazer parte da “Família Carmelitana”. Enquanto trabalhava para os colonizadores em uma plantação em Ikili, foi proibido pelo patrão de catequizar os seus companheiros de trabalho que eram pagãos. No dia de 22 de abril de 1909 o superintendente, depois de rasgar o escapulário carmelita que Isidoro usava como testemunho visível da própria sua fé cristã, mandou açoitá-lo duramente até sangrar. Apesar das feridas causadas por este castigo, com fé suportava pacientemente e perdoava. Morreu, por consequência dos açoites, no dia 15 de Agosto, do mesmo ano.
Foi beatificado pelo Papa João Paulo II no dia 24 de Abril de 1994 durante a Assembléia Especial para a África.
Sua festa é comemorada dia 12 de Agosto.
Isaías 60,6
SANTA SARA KALI
É uma santa local, cultuada na Igreja de Saint Michel, de Notre Dame de La Mer, em Saintes-Maries-de-La-Mer, em Camargue, França. Sua festa é celebrada nos dias 24 e 25 de maio, reunindo ciganos de todo o mundo.
Na Igreja Católica, temos dois Santos Ciganos, uma é Santa Sara e o outro é São Zeferino (ou Ceferino) Giménez Malla.
Contam as Lendas que Sara era uma escrava egípcia que pertencia a José de Arimatéia, este a emprestou para as Marias (Maria Jacobé (de Cléofas), Maria Salomé, Maria Madalena) para ajudá-las nos afazeres da casa, até porque as Marias cuidavam de Jesus e os Apóstolos equanto mais ajuda melhor.
Sara passa então a viver com as Marias e com Jesus ouvindo os seus ensinamentos, as suas pregações que lhe despertaram a fé, esta convivência continuou até a crucificação de Jesus, e Sara permaneceu na casa com as Marias.
José de Arimatéia, seu escravo Trofino, as Marias e Sara, todos foram colocados em uma barca sem remos e sem alimentos, para sofrerem e morrerem em alto mar, e assim foi feito.
A Lenda conta que durante os sofrimentos que todos passaram, estando em Alto Mar, sem nenhuma provisão, todos entraram em desespero, mas Sara foi a que manteve a sua Fé e em meio a todo este tormento ela se ajoelhou na Barca e começou a pedir ao Mestre que se fosse do merecimento de todos, que a Barca aportasse em segurança e que todos tivessem o livramento da morte, e se ela Sara recebesse esta graça, ela seria escrava de Jesus, levaria a palavra do Mestre aonde ela não tenha sido ouvida, e que também usaria um lenço na cabeça para o resto da sua vida, em reverencia e agradecimento pela graça alcançada.
Milagrosamente a Barca aportou em segurança no Porto de Petit Roné, no sul da França, hoje conhecidacomo Saint Marie de La Mer Santas Marias do Mar, onde todos foram acolhidos e recebidos pelos pescadores que viram esta Barca aportar.
Tiago 2,4
BEATO PADRE VICTOR
Pe. Francisco de Paula Victor, o sacerdote mineiro afrodescendente foi beatificado em Três Pontas, Minas Gerais, no dia 14 de novebro de 2015.
Tendo vivido entre os anos 1827 e 1905, Pe. Victor tornou-se o primeiro padre ex-escravo do Brasil.
Presidindo o rito, como representante do Papa Francisco – reporta o jornal vaticano “L’Osservatore Romano” –, o Cardeal Amato recordou que alguns com desprezo chamavam-no de “pretinho e não lhe poupavam humilhações pelo fato de ser de descendência africana”.
Efetivamente, “tinham preconceitos raciais contra ele. Mas foram sucessivamente conquistados pela sua modéstia, bondade e simpatia”.
O purpurado traçou algumas característica da personalidade do Pe. Victor, que era “de ânimo nobre. Não se deixou envolver pela mentalidade elitista dos sacerdotes, mas cultivou a virtude da humildade e da simplicidade”.
Foi um pároco generoso e dinâmico, ressaltou o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, recordando que “assegurava sempre a santa missa, celebrada no domingo com grande solenidade e com a participação de notáveis pregadores”.
No entanto, Pe. Victor “jamais subiu ao púlpito, mas foi muito ativo na catequese e na administração dos sacramentos”. O mês em honra a Nossa Senhora foi introduzido por ele.
Pe. Victor percorreu a cavalo “as áreas rurais para levar conforto espiritual aos que se encontravam nas regiões mais remotas”.
Também as cifras evidenciam essa sua intensa atividade pastoral: entre 1852 e 1905, ano da sua morte, administrou o sacramento do Batismo a 8.790 recém-nascidos de brancos e a 383 filhos de escravos.
O Cardeal Amato frisou que todos reconheciam nele “um homem de Deus, repleto dos dons do Espírito Santo. Seu zelo apostólico não conhecia limites”. O novo beato foi particularmente atento em favorecer a educação sobretudo aos jovens menos favorecidos. Para tal fundou uma escola gratuita em sua paróquia.
“Era generoso e dava aos necessitados os presentes e as ofertas que recebia. Beneficiava inclusive aqueles que no início o havia desprezado”, disse o purpurado.
Por isso, seus paroquianos, cerca de vinte anos após sua morte, “colocaram uma lápide em sua homenagem intitulada ao “Anjo Tutelar” dos três pontanos, com a escrita: “Sua vida foi um Evangelho. Sua memória, a consagração eterna de um exemplo vivo. Homenagem ao valor e à virtude”.
Quando morreu, um jornalista escreveu que Pe. Victor era “uma arca de caridade e a sua vida foi um faixo de luz, porque ensinava aos ricos a ser misericordiosos e aos pobres a ser pacientes “, recordou o cardeal prefeito.
Morreu muito pobre: na realidade, concluiu o purpurado, ele “nasceu para o Evangelho e viveu para o povo”.
A Igreja no Brasil celebrará sua festa litúrgica em 23 de setembro. (RL)
O SANTO EUNUCO ETÍOPE
Santo Antônio de Categeró ou Antônio de Cartago, OFSnasceu na cidade de Barca, Cirenaica, na África e, no início de sua vida religiosa, professava a fé em Maomé.Por ocasião de um aprisionamento que o fez escravo, foi levado à Sicília, para trabalhar em galeras. Vendido como trabalhador escravo a João Landavula (camponês dos arredores de Noto), transformou-se em pastor. Detentor de alma sincera, grande retidão de caráter e agudeza de espírito,aproximou-se da fé em Cristo. Muito disciplinado, sabia controlar seu corpo a ponto de vencer as fraquezas. O que se pode perceber da descrição do caráter do bem-aventurado Santo Antônio de Categeró é que o seu ascetismo foi responsável pela superação das condições sociais adversas. Quando conquistou liberdade, dedicou-se totalmente ao trabalho em hospitais (cuidar dos doentes) e à vida religiosa (homem de orações) o que o levou a ingressar para a Ordem Terceira de São Francisco e, por fim, optou por uma vida contemplativa como grande eremita no deserto. Sua morte deu-se no dia 14 de março de 1549.
Assim como temos imagens que eram brancas e se tornaram negras como algumas imagens de Nossa Senhora, devido ao material de que eram feitas.
(VEJA AS POSTAGENS IMAGENS DE NOSSA SENHORA NEGRA:
http://rezairezairezai.blogspot.com.br/search/label/NOSSAS%20SENHORAS%20NEGRAS)
Um fato escandaloso são as imagens brancas de Nhá Chica, que mostram como o preconceito ainda está presente em membros da Igreja, tentando embranquecer uma Mulher, no mínimo, mulata.
“§1935 A igualdade entre os homens diz respeito essencialmente à sua dignidade pessoal e aos direitos que daí decorrem.
Qualquer forma de discriminação nos direitos fundamentais da pessoa, seja (essa discriminação) social ou cultural, ou que se fundamente no sexo, na raça, na cor, na condição social, na língua ou na religião deve ser superada e eliminada, porque contrária ao plano de Deus.”
FONTES: https://rezairezairezai.blogspot.com.br/2016/05/santos-e-santas-negros.html