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Vaticano aprova causa de beatificação do sacerdote coreano Leo Bang

O avanço da causa reflete o reconhecimento da Igreja ao legado de Bang, cuja vida e obra deixaram uma marca indelével na história do catolicismo coreano.

Foto: The Clerical Congregation of Blessed Korean Martyrs

Foto: The Clerical Congregation of Blessed Korean Martyrs

Redação (25/09/2025 13:57, Gaudium Press) Em um marco histórico para a Igreja Católica na Coreia, o Vaticano concedeu o “Nihil Obstat” (Não Objeção) à causa de canonização do Padre Leo Bang Yu-ryong (1900-1986), sacerdote coreano reconhecido por seus esforços na promoção de um “cristianismo inculturado” durante o domínio imperial japonês, período marcado pela predominância de missionários estrangeiros que lideravam a Igreja. O anúncio foi feito em 24 de setembro pelo Bispo Auxiliar de Seul, Job Koo Yoo-bi, presidente da Comissão de Beatificação e Canonização da Arquidiocese.

Com a aprovação, o Padre Bang pode ser declarado “Servo de Deus”, título inicial para um candidato à canonização na Igreja Católica. A Arquidiocese de Seul iniciará agora um rigoroso processo, conduzido por uma comissão histórica, para coletar evidências e testemunhos que comprovem a virtude heroica e a reputação de santidade do sacerdote. Paralelamente, teólogos analisarão minuciosamente os escritos de Bang, assegurando sua conformidade com a doutrina e a ética católicas.

Padre Leo Bang

Nascido em 6 de março de 1900, em uma família católica na Coreia ainda indivisa, Leo Bang Yu-ryong foi batizado pelo missionário francês Victor Louis Poisnel. Sua infância foi moldada pelas adversidades da perseguição cristã sob a dinastia Joseon e, mais tarde, pelo jugo do imperialismo japonês. Determinado a servir à Igreja, ingressou no seminário em 1917 e foi ordenado sacerdote em 1930, dedicando-se principalmente ao trabalho pastoral como pároco.

O Padre Bang destacou-se por sua missão visionária de enraizar o catolicismo na cultura coreana, promovendo o uso da língua local e de elementos culturais para difundir a fé. Sua visão culminou na fundação de duas ordens religiosas pioneiras: a Congregação das Irmãs dos Bem-Aventurados Mártires Coreanos, criada em 21 de abril de 1946 na Igreja de Gae Seong (hoje na Coreia do Norte), e a Congregação Clerical dos Bem-Aventurados Mártires Coreanos, estabelecida em 30 de outubro de 1953, a primeira ordem religiosa masculina nativa da Coreia.

Faleceu em 24 de janeiro de 1986, deixando um legado que agora é examinado pela Arquidiocese de Seul. A diocese conduz uma investigação preliminar sobre sua vida e contribuições, que será submetida ao Dicastério para as Causas dos Santos, no Vaticano. O dicastério avaliará o material e aconselhará o papa sobre a sua dignidade, que pode levar Bang a ser reconhecido como venerável, beato e, eventualmente, santo. Para a canonização de não mártires como Bang, a Igreja exige a comprovação de dois milagres atribuídos ao candidato.

Arquidiocese de Seul avança na canonização de três figuras históricas do catolicismo coreano

Além da causa do Padre Leo Bang, a Arquidiocese de Seul está promovendo os processos de canonização de duas outras figuras emblemáticas da Igreja Católica na Coreia: o Bispo Barthelemy Bruguiere (1792-1835) e o Cardeal Stephen Kim Sou-hwan (1922-2009).

Bruguiere, membro da Sociedade de Missões Estrangeiras de Paris, foi o primeiro vigário apostólico da Coreia, desempenhando um papel crucial na introdução do catolicismo no país, no início do século XIX. Já o Cardeal Kim, arcebispo de Seul entre 1968 e 1998, marcou a história como o primeiro cardeal coreano, elevado ao cardinalato pelo Papa Paulo VI em 1968.

Com informações UCAnews

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