O Vaticano reconheceu como servos de Deus e autorizou o processo de beatificação de 35 mártires mortos em 2008, no estado indiano de Odisha
Redação (28/10/2023 16:00, Gaudium Press) O Dicastério para a Causa dos Santos autorizou o processo de beatificação de Kanteshwar Digal e seus 34 companheiros, mártires indianos, conhecidos como “os mártires de Kandhamal”.
Os 35 mártires, dos quais 24 eram homens e 11 mulheres, foram assassinados em 2008, em um dos episódios mais sangrentos da perseguição contra os cristãos na Índia, no qual 101 pessoas foram mortas e cerca de 64 mil desabrigadas.
Perseguição e massacre de 2008
Uma perseguição sangrenta começou contra os cristãos logo após o assassinato do líder hindu Swami Lakshmanananda Saraswati, de 81 anos de idade, no início de agosto de 2008. Como o líder religioso fomentava uma campanha contra as conversões ao Cristianismo, sua morte foi imediatamente atribuída aos católicos, o que desencadeou um verdadeiro massacre contra os cristãos do distrito de Kandhamal.
Mais de 100 pessoas perderam a vida. Muitas foram queimadas ou enterradas vivas, outras faleceram em decorrência das torturas e feridas. Trezentas igrejas e seis mil residências de cristãos foram destruídas pelos radicais hindus, deixando cerca de 56 mil pessoas sem abrigo.
Entre as pessoas que padeceram, encontravam-se os 35 mártires aos quais o Vaticano autorizou o processo de beatificação e que são conhecidos como os “mártires de Kandhamal”.
Na origem da feliz notícia transmitida pelo Dicastério para a Causa dos Santos está o pedido de Dom John Barwa, Arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar, que foi o primeiro a pleitear pela beatificação dos mártires durante a 34ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Indiana (CCBI), em janeiro de 2023.
A partir daquele momento, o Dicastério da Santa Sé avaliou a solicitação e, por fim, concedeu o Nihil obstat para prosseguir o processo de beatificação de Kanteshwar Digal e seus 34 companheiros.
Kanteshwar Digal, pai de família e catequista
A causa de beatificação está ligada ao nome de Kanteshwar Digal, pai de família e catequista da paróquia de Sanharakhole. Ele tinha se recusado a comparecer a uma “reunião de conversão” organizada pelos hindus, na qual os cristãos eram forçados a queimar a Bíblia.
Assim que soube da morte do líder hindu, Swami, Kanteshwar Digal quis juntar-se à sua esposa e seu filho que estavam em Bhubaneswar, talvez pressentindo um tempo de perseguição.
Contudo, os radicais hindus derrubaram árvores e bloquearam as estradas impedindo a fuga dos cristãos. Kanteshwar foi retirado do ônibus e morto na noite do dia 26 de agosto, quando contava 53 anos de idade. (FM)
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