Na Audiência Geral de hoje, Francisco deu continuidade ao ciclo de reflexões sobre o zelo apostólico, apresentando o testemunho de São Daniel Comboni, que desenvolveu seu apostolado na África.
Redação (20/09/2023 11:56, Gaudium Press) Na catequese da Audiência Geral de hoje, e continuando a série sobre o zelo apostólico, o Papa Francisco propôs o exemplo de São Daniel Comboni, um santo italiano do século XIX, no final da sua vida bispo, que fundou o Instituto dos Missionários Combonianos e depois as Irmãs Missionárias Combonianas, pondo assim em prática o seu Plano de “salvar a África através da África”. Foi canonizado por São João Paulo II em 2003.
Segundo o Pontífice, Comboni na África, à luz dos ensinamentos de Jesus, tomou consciência do mal da escravidão que “coisifica” o homem. E compreendeu que “a escravidão social está enraizada em uma escravidão mais profunda, a do coração, a do pecado, da qual o Senhor nos liberta”. O Papa recordou as suas palavras no encontro com as autoridades da República do Congo, a 31 de janeiro deste ano, quando falou dos diversos tipos de escravidão que afetam aquele continente.
Francisco destacou que São Daniel Comboni, depois de passar um período inicial na África, teve que deixar aquela terra por motivos de saúde, mas foi então que sentiu que o Senhor o inspirava com um novo caminho de evangelização, que ele sintetizou nestas palavras: “Salvar a África com a África”.
“Uma intuição forte”, sublinhou o Papa, que contribuiu para renovar o compromisso missionário: as pessoas evangelizadas não eram apenas “objetos”, mas “sujeitos” da missão.
O Pontífice prosseguiu, dizendo que o Santo “neste espírito pensou e agiu de forma integral, envolvendo o clero local e promovendo o serviço leigo dos catequistas, que são um tesouro da Igreja: os catequistas são aqueles que vão adiante na evangelização”.
Concebeu também, desta forma, o desenvolvimento humano, cuidando das artes e das profissões, favorecendo o papel da família e da mulher na transformação da cultura e da sociedade”.
Francisco ressaltou que a ação evangelizadora de São Daniel Comboni não foi principalmente fruto do esforço humano: ele não era impelido pela sua coragem, nem motivado apenas por valores importantes, como a liberdade, a justiça e a paz; o seu zelo nascia da alegria do Evangelho, alimentava-se do amor de Cristo e levava ao amor por Cristo!”
O fundamento da sua missão foi a caridade para com os irmãos e o amor a Cristo, que, como ele próprio escreveu, torna doce o sofrimento e até o martírio.
O seu desejo era ver missionários fervorosos, alegres, comprometidos: missionários – escrevia – “santos e capazes”. […] Primeiro: santos, isto é, sem pecado e humildes. Mas isto não basta: é necessária a caridade para tornar os sujeitos capazes”. A fonte da capacidade missionária, para Comboni, é, portanto, a caridade, em particular o zelo em fazer próprios os sofrimentos dos outros”, disse o Papa.
São Daniel Comboni, recorda Francisco, convida também a Igreja de hoje a não esquecer os pobres e aqueles que ele chamava os “crucificados da história”, e a amá-los, “porque neles está presente Jesus crucificado, à espera de ressuscitar”.
Com informações Vatican News
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