O seu crime: serem sacerdotes e terem recusado prestar juramento à Constituição Civil do Clero que os desligava do Papa.
Redação (21/01/2025 16:09, Gaudium Press) Em 21 de janeiro de 1794, apenas um ano após a decapitação do Rei Luís XVI, o Pe. Jean-Baptiste Curpin du Cormier e outros treze sacerdotes foram guilhotinados em Laval e posteriormente lançados em uma vala comum, em “La Croix Bataille”, na França.
Em outubro de 1792, catorze padres refratários de Laval (que se recusaram a prestar juramento à Constituição Civil do Clero) foram aprisionados no convento de religiosas, chamado Pacience, onde só podiam receber visitas duas horas por mês. As únicas pessoas autorizadas a vê-los eram seus irmãos e irmãs, vigiados pelo porteiro.
Em 13 de dezembro de 1793, a guilhotina foi instalada em Laval, na Place du Blé (atual Place de la Trémoille), perto do Tribunal Revolucionário.
Entre 5 de janeiro e 2 de novembro de 1794, em 150 audiências, a Comissão pronunciou 328 sentenças de morte.
A partir de 9 de janeiro de 1794, todas as denominações religiosas foram proibidas na França. A igreja da Trindade de Laval foi transformada pelo exército em “estábulo e celeiro de forragem” e, mais tarde, no Templo da Razão.
Às 8h30 do dia 21 de janeiro de 1794, os catorze sacerdotes atravessaram o limiar do tribunal onde seriam julgados pela Comissão Revolucionária. Dez caminhavam com dificuldade e quatro iam numa carroça; cinco deles tinham mais de 70 anos.
O promotor público Volcler, ex-sacerdote, apóstata, pediu-lhes pela última vez que fizessem o juramento. “O Padre Philippot, de 78 anos, respondeu: “Com a ajuda da graça de Deus, não sujarei a minha velhice.
“O quê? Você, Volcler, que pede a minha morte? Você, a quem eu acolhi em minha casa, que admiti em minha mesa, a quem eu amava muito…”, acrescentou o Padre Migoret.
Eles foram executados depois de terem sido impedidos pelos guardas de cantarem juntos uma última “Salve Regina”. Eles foram mortos após 5 vandeanos (da região francesa chamada La Vendée), que também foram julgados como inimigos da República.
Os 4 juízes, incluindo 2 sacerdotes juramentados (um dos quais morreu caindo da janela, por estar embriagado), que assistiam à execução da janela de um edifício vizinho, bebiam um copo de vinho tinto a cada cabeça que caía, incentivando a multidão a gritar com eles: “Viva a República, abaixo as cabeças dos calotins (carolas).
Os corpos dos 14 sacerdotes, assim como os dos outros executados, foram atirados em uma vala comum em Avesnières, em um pântano chamado “La Croix Bataille”.
Desde o dia da sua execução, os sacerdotes foram venerados como mártires. Era pedido às crianças para molhar lenços no sangue deles, para se guardar como relíquias.
Em 1803, um relatório da gendarmaria registrou peregrinações de 50 a 600 pessoas a “La Croix Bataille”, perto da vala comum onde eles haviam sido enterrados.
Em 6 de agosto de 1816, a pedido do pároco de Avesnières, os corpos dos 14 mártires foram exumados e colocados na capela de São Roque, no cemitério paroquial de Avesnières. Em 9 de agosto, foram transferidos para igreja de Avesnières.
Em 19 de junho de 1955, o Venerável Pio XII (Eugenio Pacelli, 1939-1958) beatificou os 14 sacerdotes, bem como um pároco e quatro religiosas que também tinham sido guilhotinados em 1794.
Os catorze sacerdotes guilhotinados em 21 de janeiro de 1794 são:
– Jean-Baptiste Turpin du Cormier, 64 anos, pároco de La Trinité foi executado em último lugar a pedido de Volcler, o procurador.
– Seis párocos: Jacques André, 50 anos, André Dulion, 66 anos, Louis Gastineau, 66 anos, François Migoret-Lamberdière, 65 anos, Julien Moulé, 77 anos e Augustin-Emmanuel Philippot, 77 anos.
– Quatro capelães: Pierre Thomas, 75 anos, dos Agostinhos de Château-Gontier, Jean-Marie Gallot, 46 anos, dos Beneditinos, Joseph Pelé, 74 anos, das Clarissas, e Jean-Baptiste Triquerie, 57 anos, de diversas casas franciscanas.
– três sacerdotes René-Louis Ambroise, 74 anos, Julien-François Morin de la Girardière, 64 anos, e François Duchesne, 58 anos.
Com informações l’Évangile au Quotidien
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