O Pontífice seguiu seu ciclo de catequeses sobre vícios e virtudes exortando aos fiéis para que peçam ajuda ao Senhor “para que todas as formas de gula não tomem conta de nossas vidas”.
Cidade do Vaticano (10/01/2024 15:18, Gaudium Press) Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 10 de janeiro, o Papa Francisco continuou o ciclo de catequeses sobre vícios e virtudes. A reflexão do Pontífice concentrou-se no pecado da gula.
Jesus é o Messias que vemos muitas vezes à mesa
Recordando o primeiro milagre de Jesus, quando ele transformou água em vinho nas bodas de Caná, o Papa destacou que, diferente de São João Batista, “lembrado pela sua ascese, enquanto ele comia o que encontrava no deserto, Jesus é o Messias que vemos muitas vezes à mesa”.
Esse comportamento causava escândalo, porque além de ser benevolente com os pecadores, Ele comia com eles. “Este gesto demonstrava o seu desejo de comunhão e proximidade com todos. Jesus quer que sejamos alegres na sua companhia; mas quer também que participemos de seus sofrimentos, que são também os sofrimentos dos pequenos e dos pobres. Jesus é universal”, ressaltou.
A má relação com a comida é a raiz de muitas doenças
Em seguida, Francisco alertou para a necessidade de se ter uma boa relação com a alimentação e que nossa atenção não deve estar voltada unicamente para a comida em si. “Quando uma pessoa tem um relacionamento desordenado com a comida, come apressadamente, come com vontade de se saciar, mas nunca se sacia: é escrava da comida”, explicou.
Segundo o Pontífice, a má relação com a comida é a raiz de muitas doenças. “Comemos demasiado, ou demasiado pouco. Muitas vezes comemos sozinhos. Os distúrbios alimentares estão a espalhar-se: anorexia, bulimia, obesidade… Como Jesus ensinava, não são os alimentos em si que fazem mal, mas a relação que temos com eles”, advertiu.
Diz-me como comes e eu te direi que alma tens
Para o Santo Padre, através da relação que cada um possui com a alimentação é possível perceber algo do nosso interior: “a empatia de quem sabe repartir a comida com o necessitado, ou o egoísmo de quem guarda tudo para si. Diz-me como comes e eu te direi que alma tens”.
Por fim, o Papa destacou que nós fomos criados para sermos homens e mulheres eucarísticos, capazes de agradecer, discretos no uso da terra, porém nos transformamos em predadores, “atualmente estamos nos dando conta de que essa forma de gula tem causado muitos danos ao mundo. Peçamos ao Senhor que nos ajude no caminho da sobriedade para que todas as formas de gula não tomem conta de nossas vidas”. (EPC)
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