A Igreja celebra a Maternidade Divina de Nossa Senhora no primeiro dia do ano, para que possamos iniciá-lo sob a gloriosa intercessão de Maria.
Redação (31/12/2023 11:38, Gaudium Press) A importância da Maternidade Divina de Nossa Senhora para a piedade católica reside no fato de que todas as graças extraordinárias concedidas à Virgem Maria— que fizeram d’Ela uma criatura única em todo o universo e na economia da salvação — têm como título e ponto de partida Ela ser Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Santíssima Virgem é o espelho mais perfeito que de Deus possa ser uma mera criatura. É a Rainha dos Anjos e dos homens, Rainha do Céu e da Terra, revestida de todas as outras qualidades e graças, de todos os outros títulos que Ela possui, inclusive o da mediação universal; tudo isso por ser Ela Mãe de Deus. A Maternidade de Nossa Senhora, de algum modo, é a própria raiz, a própria essência da devoção mariana.
Ademais, Nossa Senhora como Mãe de Deus é, a título especial, Mãe dos homens e, portanto, nossa Mãe. A mais preciosa graça que podemos receber, em matéria de devoção a Maria Santíssima, é a de Ela condescender em estabelecer, por laços inefáveis, com cada um de nós uma relação verdadeiramente materna.
Longe de desdenhar os filhos débeis e desvalidos, Nossa Senhora os acolhe, eleva e nobilita, não só por desvelo e compaixão, mas também pelo prazer que experimenta ao vê-los necessitados de seu amparo.
Ela Se alegra com sua pequenez, porque assim pode ser plenamente Mãe de cada um. O próprio Deus quis Se fazer Filho de Maria, frágil e pequenino em seus braços, para que Nossa Senhora exercesse inteiramente sua maternalidade sobre Ele.
E, depois de adornar sua alma de todas as virtudes e coroá-las com o dom da Maternidade Divina, aprouve-Lhe assumir a humanidade na condição de criança, para que sua filiação a Nossa Senhora fosse perfeita e Ele pudesse, numa posição inferior na ordem da natureza, contemplar as grandezas de sua Mãe.
Trata-se de uma situação paradoxal, na qual o Verbo Eterno inverte os papéis, como que dizendo: “Ela é tão bela, tão santa, tão semelhante a Mim que Eu, Deus todo-poderoso, não resisto em Me encarnar, para ser Filho d’Ela e, Ele quis fazer-Se pequenino nos braços d’Ela e, portanto, de alguma forma inferior a Ela”.
Nesse adorável ato de submissão do Redentor a Nossa Senhora estão inseridos todos os homens pois, ao Se abandonar aos cuidados d’Ela, Jesus Lhe entregou cada um como filho seu. E, sendo o Homem-Deus causa exemplar do agir humano, o modo de Ele Se relacionar com sua Mãe tornou-se o paradigma para os filhos e escravos d’Ela.
Os fracassos, misérias e faltas não devem constituir um fator de abatimento e desânimo espiritual. Pelo contrário, geralmente Nossa Senhora revela-se verdadeiramente nossa Mãe quando nos tira de algum apuro de um modo especial, que nos fica gravado indelevelmente, ou quando Ela nos perdoa alguma falta particularmente imperdoável, por uma dessas bondades que só é dado às mães terem.
Como Mãe, com seu poder soberano, indulgente como só as mães conseguem ser, com um sorriso apaga tudo, elimina o passado que fica queimado e completamente esquecido.
Texto extraído, com adaptações, de:
Maria Santíssima! O Paraíso de Deus revelado aos homens, v. 3, por Mons. João Clá Dias, EP.
Revista Dr Plinio, jan. 2017, por Plinio Corrêa de Oliveira.
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