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O que são os Padres da Igreja? Conheça oito características deles

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Padres da Igreja são santos dos primeiros séculos do cristianismo que, com seus pensamentos, estudos, santidade e escritos doutrinários configuram a Igreja Católica como a conhecemos.

Padres da Igreja são santos dos primeiros séculos do cristianismo que, com seus pensamentos, estudos, santidade e escritos doutrinários que configuram a Igreja Católica como a conhecemos.

Redação (28/08/2020, 17:00 – Gaudium Press) Padres da Igreja. É comum ouvir-se esta expressão.
Sobretudo quando se comemora a festa de um deles a expressão é muito mais ouvida. Exatamente como agora nesses dias em que se comemora a festa de Santa Mônica que, por suas orações converteu seu filho que veio a tornar-se o Grande Santo Agostinho que, por sua vez, é um dos Padres da Igreja e que comemoramos em 28 de agosto.

Então, quem são os Padres da Igreja?

Os Padres da Igreja são alguns santos dos primeiros séculos do cristianismo que, com seus pensamentos, estudos e santidade puderam deixar escritos doutrinários que vieram a configurar o hoje é o arcabouço doutrinário e estrutura da Igreja Católica como hoje a conhecemos.

Houve os padres da Igreja Grega e os principais deles foram Santo Atanásio de Alexandria, São Basílio Magno, São Gregório Nazianzeno e São João Crisóstomo.
A Igreja teve também seus Padres do Ocidente que, dentre os quais, destacam-se quatro que são considerados como os mais importantes da Igreja latina: Santo Agostinho de Hipona, São Gregório Magno, Santo Ambrósio de Milão e São Jerônimo de Estridão.

Como eram os Padres da Igreja

Não vamos descrever cada um deles, apenas realçaremos algumas características que são comuns entre eles:Eram em sua maioria pastores, não acadêmicos
Os Padres viviam suas vidas cristãs em resposta à fé única, santa, católica e apostólica que experimentavam na Igreja e na cultura de seu tempo. Seus escritos não provinham de um catedrático titular, mas buscavam servir ao povo de Deus.

Ensinavam sobre a natureza do homem

São Cipriano descreve a cultura pecaminosa na qual vivia antes de sua conversão e seu batismo:
“Eu ainda estava deitado na escuridão e na noite sombria, vacilando de um lado para o outro, sacudido sobre a espuma desta idade jactanciosa, e incerta de meus passos errantes, sem saber nada da minha vida real, e distante da verdade e da luz… mas depois disso, com a ajuda da água do novo nascimento, a mancha dos anos anteriores foi lavada, e uma luz do alto, serena e pura, tinha sido infundida no meu coração reconciliado…”.
Da mesma forma o faz Santo Agostinho de Hipona em seu livro “Confissões”, ensinando a matar o homem velho cheio de pecado e abraçar o novo homem em Cristo.

Amavam a Igreja

Exemplo disso é uma das passagens do corpus patrístico “sobre a unidade da Igreja”, escrito por São Cipriano de Cartago em De Ecclesiae Catholicae Unitate:
“Ninguém pode ter a Deus por Pai, se não tem a Igreja como Mãe”.

Buscavam a amizade com Deus e com os demais

Os Padres da Igreja buscavam imitar a vida de Cristo, que completamente homem e completamente Deus, foi capaz de fazer grandes amizades.
Assim, São Gregório Nazianzeno revela sobre seu querido amigo São Basílio: “Homens diferentes têm nomes diferentes, que devem a seus pais ou a si mesmos, isto é, às suas próprias buscas e realizações. Mas nossa grande busca, o grande nome que queríamos, era ser cristãos, sermos chamados cristãos”.

Interpretaram a Bíblia com clareza

Os Padres ensinaram como interpretar a Sagrada Escritura. A maior parte da literatura que temos dos Padres Apostólicos e Pós-Apostólicos são suas homilias, que oferecem algumas das melhores exegeses bíblicas imagináveis. Um exemplo disso são os Tratados de Santo Agostinho sobre o Evangelho de João.
Para a compreensão da Bíblia, devem ser utilizados os sentidos literais, alegóricos, morais e analógicos (como assinala o Catecismo da Igreja Católica no numeral 118) e, por isso, os Padres da Igreja estão entre os melhores exegetas da história.

Defendiam a sã doutrina

No século IV, Santo Atanásio teve que enfrentar Ário, um sacerdote de Alexandria que difundiu a doutrina errada de que Cristo não era o verdadeiro Deus. Seu desejo incansável por uma doutrina clara conduziu o Concílio de Niceia à elaboração do Credo Niceno. Hoje, o Credo, como símbolo da fé, é usado de maneira simples e direta pelos cristãos de todo o mundo para professar a fé da Igreja Católica.

Santo Tomás de Aquino os citou centenas de vezes

Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, não é apenas um teólogo e filósofo, mas um brilhante comentarista da Bíblia e da Tradição. Para escrever a Suma Teológica, citou textos de Santo Agostinho 3.156 vezes. Citou São Gregório Magno 761 vezes, São Dionísio 607 vezes, São Jerônimo 377 vezes, São Damasceno 367 vezes, São João Crisóstomo 309 vezes, entre outras citações aos Padres da Igreja.

Amavam profundamente a Virgem Maria

Os Padres da igreja amam a Mãe de Deus. Havia um herege chamado Nestório que ensinava que Maria era apenas Christokos (portadora de Cristo) e não a Theotokos (portadora de Deus). Em outras palavras, Nossa Senhora não era a Mãe de Deus, já que só deu à luz à natureza humana de Jesus. São Cirilo de Alexandria lutou incansavelmente contra esse tremendo erro teológico. Em uma carta que corrige Nestório, Cirilo escreve: “Por nossa causa e para a nossa salvação, assumiu sua natureza humana na unidade de sua Pessoa e nasceu de uma mulher; por isso se diz que nasceu segundo a carne” (Cirilo de Alexandria, Carta II a Nestório).

Eram corajosos e podiam dar a vida pelo Evangelho

Um exemplo é a vida de São Cipriano de Cartago, o primeiro bispo que na África atingiu a coroa do martírio. Durante as grandes perseguições dos cristãos sob o imperador Décio, escreveu cartas pastorais no exílio instruindo o povo de Deus em Cartago. Sob o imperador Valeriano, Cipriano foi condenado à morte e martirizado em 258 dC. Ao receber sua sentença, disse: “Deo gratias!” (Graças a Deus!).
São Máximo o Confessor foi outro corajoso Padre da Igreja que lutou contra o monotelismo, uma heresia que admitia em Cristo duas naturezas, a humana e a divina, e uma única vontade. O imperador Constante II mandou cortar a língua e a mão direita do santo para impedir seu ensinamento ortodoxo. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações National Catholic Register.)

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