Os padres não são obrigados a segredos revelados no confessionário, declararam nesta terça-feira (15) os chefes da Igreja católica da Austrália, que preferem ir para a prisão a romper o segredo de confissão.
As declarações foram dadas após uma investigação nacional realizada por uma comissão real por mais de quatro anos sobre as respostas institucionais aos abusos.
O trabalho apresenta 85 propostas de reforma, divulgadas na segunda-feira (14), as quais incluem penalizar quem não denunciar casos dessa natureza, ou mesmo quem tiver tido conhecimento deles por meio da confissão.
“Não deve haver isenções, desculpas, proteções, ou privilégios a respeito dos crimes atribuídos ao clero”, aponta o informe da comissão real.
Um dos integrantes de maior influência do clero australiano, o arcebispo de Melbourne, Denis Hart, considerou que a confissão é uma parte fundamental da liberdade religiosa. Ao ser questionado sobre se os padres deveriam ir presos a romper esse sigilo, afirmou: “eu faria isso”.
“Trata-se de uma comunicação sacrossanta, que emana de uma ordem superior e que os padres devem respeitar por natureza. Eles nunca fariam algo que prejudique os meninos”, considerou.
“Se uma lei diz que devo divulgar isso […] vou me negar a aplicar a lei”, declarou o padre jesuíta e advogado Frank Brennan ao jornal “The Australian”.