Um estudo estatístico realizado nos EUA revela que as novas gerações do clero norte-americano se consideram mais conservadoras em comparação aos sacerdotes mais velhos
Redação (24/11/2023 08:40, Gaudium Press) Uma extensa pesquisa sobre a situação dos sacerdotes estadunidenses foi conduzida pelo The Catholic Project, grupo de estatísticas e pesquisas da Universidade Americana de Washington. O estudo revelou que a maioria dos clérigos americanos considera-se conservadora em relação aos costumes e à doutrina da Igreja Católica. Considerado como um dos estudos mais amplos em matéria de dados estatísticos.
Graças à elaboração de um questionário, o relatório pôde recolher as respostas de 3.516 sacerdotes participantes (representando mais de 100 paróquias distintas). 131 Bispos também responderam a um questionário. Além disso, cem sacerdotes foram entrevistados individualmente para uma coleta mais detalhada de dados.
Medo de falsas acusações e burn-out ministerial
Vários foram os assuntos abordados durante o estudo. Entre eles, a Carta de Dallas, um dispositivo de tolerância zero contra os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja. 90% dos sacerdotes veem que em suas paróquias e dioceses existe uma forte proteção das crianças contra tais violências. No entanto, muitos sacerdotes temem ser acusados falsamente de crimes de pedofilia, 82% afirmam ter esse receio, uma vez que a acusação não precisa ser seguida de provas.
O “burn-out ministerial” foi outro dos assuntos abordados pelo estudo. Os números mostram que 45% dos padres relatam ter pelo menos um sintoma de exaustão ministerial, com uma diferença considerável entre sacerdotes diocesanos e religiosos, os primeiros representam 50% e outros 33%. Apenas 9% dos clérigos apresentam sintomas graves de exaustão. Além disso, a idade é um fator significativo, os padres mais jovens têm maior probabilidade de enfrentar o burn-out do que os mais velhos.
Tendência conservadora
Outro resultado das pesquisa mostra a tendência conservadora e ortodoxa das novas gerações de sacerdotes norte-americanos. De acordo com a pesquisa, os jovens padres americanos demonstram uma clara preferência pela tradição em relação aos sacerdotes mais velhos da geração conciliar. Mais de 80% dos padres ordenados após 2020 se identificam como conservadores ou ortodoxos, resultado que é diferente da autoavaliação dos mais anciãos que se veem como mais progressistas teologicamente, contudo nenhum participante se declarou “muito progressista”.
Os dados de 2010 a 2023 salientam ainda mais essa mudança de tendência geracional: 50% dos padres recém-ordenados se descrevem como conservadores, marcando uma tendência ascendente. (FM)
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