A crença de que apenas os cardeais podem ser eleitos papa pelo conclave não é verdadeira. Em teoria, também não é necessário ser um sacerdote.
Redação (22/04/2025 10:23, Gaudium Press) Com o recente falecimento de Francisco na segunda-feira, 21 de abril, aos 88 anos de idade, o conclave para escolher seu sucessor será realizado de 15 a 20 dias após o declaração oficial da vacância na Sé Apostólica.
Apesar de os cardeais com menos de 80 anos serem os principais favoritos, conhecidos como “papabile”, as regras de elegibilidade não são tão rígidas. Qualquer homem batizado em plena comunhão com a Igreja católica e que satisfaça as condições para se tornar bispo pode, em teoria, ser eleito papa, observa a Igreja Católica Francesa em seu site.
De fato, a Igreja estabelece apenas quatro condições para ser eleito Papa: deve ser homem, batizado, ter 18 anos ou mais, e deve obter a famosa maioria de dois terços do corpo eleitoral formado por cardeais eleitores. Portanto, à primeira vista, não há nada que impeça um católico leigo de ser eleito. “Não é obrigatório ser cardeal ou mesmo sacerdote no momento da eleição”, esclarece a Igreja Católica francesa.
Como aconteceu com Fabiano, um homem do povo, que aguardava a eleição do novo pontífice. Ele entrou no local onde transcorria a eleição, e enquanto se esgueirava por entre a assistência para se aproximar do centro da cena onde se desenrolavam os debates, uma pomba entrou por uma janela do recinto, esvoaçou sobre os circunstantes e pousou suavemente sobre a sua cabeça: o Espírito Santo o havia escolhido! Ele foi o Papa Fabiano que governou a Igreja de 236 a 250.
No entanto, desde o século XIV, é costume que o escolhido seja um cardeal, membro do Colégio de Cardeais.
Papa escolhido por cardeais eleitores
Na prática, isso significa que a escolha é limitada aos cardeais que votam e debatem entre si. “Durante séculos, os papas foram escolhidos entre os cardeais eleitores, ou seja, homens com mais de 18 e menos de 80 anos que já são membros do Colégio de Cardeais”.
Durante o conclave – realizado na Capela Sistina, momento em que os cardeais se reúnem para eleger o novo pontífice – a escolha leva em conta as várias correntes dentro da Igreja Católica e a influência dos cardeais eleitores. Para o conclave de 2025, a obtenção de dois terços dos votos representa pelo menos 90 dos 135 votos.
Dos 135 cardeais que vão escolher o próximo papa, 108 foram nomeados por Francisco. Dos 27 cardeais que não foram indicados por Francisco, Bento XVI nomeou 22, e João Paulo II nomeou 5.
Os cardeais eleitores brasileiros
Dentre os cardeais que podem votar e ser escolhidos estão 7 brasileiros:
Cardeal João Braz de Aviz, de 77 anos, ex-prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica;
Cardeal Odilo Pedro Scherer, 75, arcebispo de São Paulo (SP);
Cardeal Orani João Tempesta, de 74 anos, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ);
Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, 74, arcebispo de Manaus (AM);
Cardeal Jaime Spengler, de 65 anos, arcebispo de Porto Alegre (RS);
Cardeal Sergio da Rocha, de 65 anos, arcebispo de São Salvador (BA);
Cardeal Paulo Cezar Costa, de 58 anos, arcebispo de Brasília (DF).
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