Os sacerdotes de Cristo são ministros ordenados, não apenas porque pertencem à ordem dos clérigos, mas também porque tendem para a restauração da ordem sacral, paternal e presbiteral da sociedade.
Redação (13/06/2023 12:14, Gaudium Press) Cristo, arquétipo de sacerdote, elevou o antigo sacerdócio a um patamar inédito. Como Bom Pastor, passou a vida fazendo o bem (cf. At 10, 38); como Pão dos Anjos, entregou sua própria carne em Comunhão; como Cordeiro Imaculado, ofereceu-Se no Altar da Cruz pela humanidade corrompida; como restaurador dos levitas, expulsou os vendilhões do Templo. Perseguido especialmente pelos pontífices, erigiu uma nova ordem sacerdotal, segundo Melquisedec. Sua Paixão foi um supremo ato exorcístico contra a turbamulta ensandecida; sua vida foi a ruína dos iníquos.
“Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio” (Jo 20, 21). A fim de perpetuar sua obra, Jesus enviou em primeiro lugar os Apóstolos, aqueles que são, pela própria etimologia, os enviados. A estes, o Homem-Deus conferiu o Sacramento da Ordem, para que não apenas seguissem seu exemplo, como atuassem em sua Pessoa – in persona Christi. Foram ordenados, portanto, a se opor a tudo o que é “anticrístico”.
Há três substantivos que, no vocabulário corrente, designam os ministros ordenados: sacerdote, padre e presbítero.
Sacerdote significa aquele que dá as coisas sagradas – sacra dans. De fato, “sua função é oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (Hb 5, 1). Tal sacralização pode ser resumida no papel de mediador entre Deus e os homens, seja erguendo oblações para o Altíssimo, seja d’Ele recolhendo bênçãos em favor dos fiéis.
Em sentido contrário, os ministros do Anticristo propinam o profano. São “falsos cristos” (Mc 13, 22), simoníacos disfarçados de humildes, que desprezam o decoro da Liturgia e têm alergia aos Sacramentos.
Padre, por sua vez, vem do latim pater, ou seja, pai. O padre é pai porque gera os filhos de Deus pelo Batismo e os educa nas trilhas do Divino Mestre, além de acolher tantos “filhos pródigos” no Sacramento da Reconciliação.
Em contrapartida, “o Anticristo é aquele que nega o Pai e o Filho” (I Jo 2, 22). Como “filhos do diabo” (Jo 8, 44), seus ministros desprezam a família e o que nela há de tradição; como nepotistas, protegem os seus, ao passo que, com escândalos, afastam os pequeninos do Reino do Céus.
Por fim, o termo grego presbítero significa ancião, não no sentido cronológico, mas de maturidade. O presbítero há de ser maduro, quer dizer, sereno, firme, prudente e corajoso. Deve tender à perfeição – ao per-feito –, ou seja, feito até o fim, que nada mais é do que a santidade, perfeição da caridade.
Os hierofantes de Satanás, por sua vez, são eternos adolescentes. Histriônicos, traduzem a vida como uma infinda brincadeira. Emasculados, fogem do combate como o diabo da cruz. Trepidantes, vivem de impulsos e não de convicções. São piores que covardes, pois não temem o escuro, como as crianças, mas sim a luz…
Em conclusão, os sacerdotes de Cristo são ministros ordenados, não apenas porque pertencem à ordem dos clérigos, mas também porque tendem para a restauração da ordem sacral, paternal e presbiteral da sociedade. Portanto, “se a Revolução é a desordem, a Contra-Revolução é a restauração da ordem” – como definiu Dr. Plinio Corrêa de Oliveira –, os sacerdotes de Cristo são também arquétipos da Contra-Revolução: são ordenados para ordenar.
Texto extraído da Revista Arautos do Evangelho n. 246, junho 2022. Editorial.
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