A liquefação do sangue de São Januário é um fenômeno que acontece três vezes por ano: no sábado anterior ao primeiro domingo de maio; no dia de sua festa litúrgica, 19 de setembro; e em 16 de dezembro, data da intercessão de São Januário que evitou a erupção do vulcão Vesúvio, no ano 1631.
Nápoles (21/09/2020, 12:45, Gaudium Press) Exatamente às 10:02 horas, do sábado, 19 de setembro, o Cardeal Crescenzio Sepe, Arcebispo de Nápoles, anunciou que o sangue de São Januário havia, mais uma vez, se liquefez milagrosamente, como costuma acontecer no dia em que a Igreja celebra a festa deste santo mártir italiano.
Ao anunciar a repetição do repetição do milagre, o Cardeal destacou que desta vez o sangue havia se tornado totalmente líquido, sem grumos, como aconteceu havia acontecido em outras ocasiões.
O sangue se liquefez: sinal de amor, de bondade, da misericórdia de Deus; da proximidade, amizade e fraternidade de São Januário para conosco
Assim foram as breves palavras do Cardeal Sepe: “Louvado seja Jesus Cristo! Queridos amigos, queridos fiéis todos. Mais uma vez, com alegria, com emoção, informo que o sangue do nosso padroeiro, São Januário, se liquefez. Totalmente liquefeito, sem grumos, como aconteceu nos últimos anos, sinal de amor, de bondade, da misericórdia de Deus e da proximidade, da amizade, da fraternidade de nosso São Januário. Seja dada glória a Deus e veneração ao nosso santo. Amém”.
De modo inexplicável, o sangue do mártir se liquefaz em três ocasiões em cada ano e, pode-se dizer, …com hora marcada
A liquefação do sangue deste santo é um fenômeno inexplicável que acontece três vezes por ano:
no sábado anterior ao primeiro domingo de maio, por ocasião do translado dos restos mortais do santo a Nápoles; no dia de sua festa litúrgica, 19 de setembro; e em 16 de dezembro, aniversário da intercessão de São Januário que evitou os efeitos, geralmente catastróficos, da erupção do vulcão Vesúvio, no ano 1631.
Em dezembro de 2016, o milagre não aconteceu, o que provocou certa preocupação entre os fiéis. Embora o fato de que não se liquefaça costuma ser interpretado como o anúncio de um desastre, isso nem sempre é certo.
De fato, o processo nem sempre acontece do mesmo modo: às vezes demora várias horas, ou mesmo dias, ao se liquefazer. Em outros momentos, como em 2018, o milagre acontece antes da celebração litúrgica e, em outros episódios, por motivos desconhecidos, o sangue não se liquefaz.
Papas testemunharam a liquefação
O próprio Papa Francisco foi testemunha do inexplicável fenômeno em março de 2015.
Naquela ocasião, o sangue se liquefez diante do olhar do próprio Pontífice fora das três datas indicadas. Por isso, tratou-se de um fato extraordinário, que também aconteceu em 1848 diante do Papa Pio IX.
O milagre não aconteceu durante as visitas de São João Paulo II, em 1979, nem de Bento XVI, em 2007.
São Januário, perseguição e martírio
Naquele tempo, quando a Igreja e os cristãos eram, então, perseguidos pelo império romano por causa de sua fé em Jesus Cristo, Januário estava preparado para testemunhar seu amor a Jesus Cristo com a própria vida, se fosse necessário. E assim, com era previsível o Bispo e seus diáconos foram perseguidos pelos soldados romanos a serviço do imperador.
Era o ano de 304, quando Diocleciano, o então o imperador romano, desencadeou a última e também a mais violenta perseguição contra a Igreja. Preso juntamente com seus diáconos, o Bispo Januário e seus seguidores foram lançados na arena cheia de leões famintos, na cidade de Pozzuoli.
O povo que assistia ao espetáculo esperava ansiosamente ver o sangue dos cristãos derramado pelos leões. Mas isto não aconteceu, ao se aproximarem do grupo de prisioneiros cristãos, os animais ficaram dóceis e passaram a lamber os pés do Santo Bispo Januário.
Era como se revivessem o mesmo que havia acontecido com Daniel, o profeta: as feras não os atacaram. Os presentes, loucos para assistir um assassinato, ficaram estupefactos, uma vez que sabiam perfeitamente que os leões havia sido preparados com um logo jejum e estavam famintos.
O fato extraordinário que viam acontecer com os cristãos levou muitos deles a se converteram ao verem que aqueles homens eram protegidos por Deus por causa de seu amor a Jesus.
Para dar cabo a seu intento, Diocleciano decretou que Januário e seus companheiros fossem decapitados. Era o ano de 305 quando os soldados do imperador conseguiram realizar aquilo que até os animais haviam “negado” fazer…
As relíquias e milagres de São Januário
Alguns cristãos cheios de piedade e veneração pelo santo mártir recolheram o sangue de São Januário e o coloram numa ampola para guardá-lo como relíquia preciosa.
As relíquias de São Januário foram transladadas a diferentes lugares até que finalmente chegaram a Nápoles em 1497 sendo enterrado na Catedral.
A população começou a venerar São Januário invocando-o como protetor nas pestes e, com frequência, contra as erupções do Vesúvio.
O maior dos milagres de São Januário é, no entanto, a liquefação do seu sangue.
Numa ampola, o sangue fica em exposição na Catedral, durante todo o dia 19 de setembro, dia da sua festa. Durante a cerimônia, quando o relicário é exposto aos fieis, seu sangue, que está sólido passa para o estado líquido, sua cor se transforma e seu volume fica com o dobro do peso.
Este fenômeno acontece sempre no primeiro sábado que precede o primeiro domingo de maio; no dia 19 de setembro, dia em que o santo é festejado pela Igreja e 16 de dezembro, aniversário da erupção do Vesúvio em 1631. (JSG)
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