CIDADE DO VATICANO, 4 AGO (ANSA) – O Vaticano exigiu nesta sexta-feira (4) que a Venezuela respeite os direitos humanos e suspenda a posse da Assembleia Constituinte, eleita no último domingo (30) para escrever uma nova Constituição, como uma manobra política do presidente Nicolás Maduro. Em um comunicado emitido pela Secretaria de Estado da Santa Sé, o Vaticano pediu que “seja assegurado o pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, bem como a Constituição vigente”. “Que sejam suspensas as iniciativas em curso, como a nova Constituição, para favorecer a reconciliação e a paz, e não fomentando um clima de tensão e de confronto, para que sejam criadas condições para uma solução negociada”, ressaltou.
O Vaticano também citou “o grave sofrimento do povo, em dificuldade para encontrar alimentos e remédios, e a falta de segurança” em todo o país. “O papa Francisco acompanha de perto a situação e suas implicações humanitárias, sociais, políticas, econômicas e até espirituais, assegurando suas orações pelo país e por todos os venezuelanos”, afirmou a nota. Há quase quatro meses, opositores ao regime de Maduro e a população civil saem às ruas para protestar contra o governo e a Constituinte. Mais de 110 pessoas já morreram nos confrontos.
Desde o início da crise política venezuelana, o Vaticano e o papa Francisco se colocaram à disposição para intermediar as negociações de paz. No entanto, a Santa Sé afirma que nunca foram criadas as condições para o diálogo e acusa o governo de não cumprir com o acordo. Já o Senado brasileiro aprovou a criação de uma comissão, liderada pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, para viajar à Venezuela e facilitar o diálogo. Amanhã (5), os chanceleres do Mercosul se reunirão para analisar a situação da Venezuela e especialistas não descartam a possibilidade de aplicação da Cláusula Democrática contra o governo de Maduro.
Prisões – A polícia venezuelana soltou o opositor Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, e o enviou para prisão domiciliar, informaram amigos e familiares nesta sexta-feira. (ANSA)