Aguardam-se as conclusões dos grupos de reflexão a respeito da permanência das obras do ex-jesuíta nas igrejas e santuários.
Redação (09/09/2023 11:59, Gaudium Press) E o que aconteceu com o padre Marko Rupnik? Já se sabe que ele não é mais jesuíta, contudo, isso é apenas o começo da história atual.
Há poucos dias, a diocese de Laussane-Genebra-Friburgo – da qual é pastor Dom Charles Morerod, antigo membro da Comissão Teológica Internacional – criou um grupo de reflexão sobre o “Chemin de Joie” (Caminho da Alegria,) localizado em seu cantão, que é uma rota de 13 mosaicos nas fachadas das igrejas, imitando uma Via-Sacra (Chemin de la Croix)). Seu objetivo é fazer com que os fiéis reflitam sobre conteúdos de fé. Só que, como relatou Zenit, esses mosaicos foram feitos por “artistas de um centro peruano em colaboração com o Centro de Roma, do qual Marko Ivan Rupnik foi diretor por muito tempo”.
O mundo católico estará atento às conclusões deste grupo de reflexão, juntamente com as do já constituído no Santuário de Lourdes, que serão divulgadas antes do final do ano. Não parece temerário afirmar que a opinião da grande maioria das vítimas pode ser antecipada.
Em 7 de setembro, Federica Tourn de Domani, uma das primeiras a trazer à tona o ‘caso Rupnik’ no final do ano passado, publicou declarações de uma das vítimas do ex-jesuíta, afirmando que “a arte de Rupnik não pode ser separada da violência psicológica, sexual e espiritual exercida contra as vítimas, sendo algumas os seus primeiros modelos”.
Essas afirmações se assemelham com as do caso do sacerdote francês Louis Ribes que, entre as décadas de 50 e 70 do século passado, abusou de inúmeras crianças, várias das quais serviram de modelo para pinturas e vitrais. A diocese de Lyon já retirou as pinturas de Ribes das igrejas, mas a decisão de retirar os vitrais exige a permissão dos municípios, já que os templos naquele país pertencem ao Estado.
A sensibilidade das vítimas também foi expressa por uma voz sacerdotal, na França, o Padre Michel, sacerdote e vítima de abusos quando criança, que, no início do ano, declarou: “penso nas vítimas de Ribes, no horror que devem sentir diante de sua imagem de criança exposta por seu verdugo”.
No entanto, a questão Rupnik é complexa. Apesar de todos concordarem que o ex-jesuíta é culpado de abusos – abusos graves e contínuos – devido aos múltiplos depoimentos das vítimas que vieram à tona, atualmente ele não se encontra suspenso ou penalizado, lançando, assim, uma sombra de dúvida sobre o real compromisso da Igreja com as vítimas.
Houve rumores de que, em breve, ele seria incardinado em alguma diocese de um país báltico, mas estes não se confirmaram, mantendo a situação e o destino do sacerdote sob o manto do mistério. Esta indefinição é inaceitável para as vítimas que estão atentas a qualquer desfecho deste assunto.
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